Macron assume prudência, mas diz que "pico" do tumultos "já passou"

O presidente francês, Emmanuel Macron, mostrou-se hoje "cauteloso" em relação ao regresso à calma após várias noites de tumultos em França, mas considerou que "o pico" dos distúrbios já terá passado.

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© Nathan Laine/Bloomberg via Getty Images

Lusa
04/07/2023 13:21 ‧ 04/07/2023 por Lusa

Mundo

França

O chefe de Estado francês falava numa intervenção no Palácio do Eliseu perante cerca de 250 presidentes de câmara de cidades afetadas pela vaga de violência que atingiu o país após a morte de um jovem de 17 anos, atingido a tiro pela polícia durante um controlo de trânsito em Nanterre (nos arredores de Paris) no passado dia 27 de junho.

"Será que o regresso à calma é duradouro? Serei cauteloso, mas o pico a que assistimos nos últimos dias já passou", disse o Presidente francês, depois de expressar aos autarcas "o apoio, estima e reconhecimento da Nação" pela "ação desenvolvida" durante os protestos.

Após a morte do jovem, o país foi cenário de várias noites consecutivas de distúrbios.

Pelo menos 72 pessoas foram detidas na sétima noite consecutiva de distúrbios em França, que segundo o Ministério do Interior francês registou menos incidentes em relação aos últimos dias.

O número de detenções na noite de segunda-feira para hoje comunicadas pelo Governo, sem referir a gravidade dos incidentes, é inferior às 157 da noite anterior e às 718 detenções ocorridas na noite de sábado para domingo.

No total, os distúrbios desencadeados pelo incidente de Nanterre levaram à detenção de mais de 3.200 pessoas em toda a França, afirmou, na segunda-feira, o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, durante uma visita à cidade de Reims.

Em várias noites consecutivas de tumultos, foram registados, entre outros atos de violência e segundo dados provisórios, cerca de 5.000 veículos incendiados, quase 1.000 edifícios destruídos total ou parcialmente, 250 ataques a esquadras de polícia e a mais de 700 membros das forças de segurança.

Nos últimos dias estiveram destacados 45 mil polícias e gendarmes (polícia militarizada) em vários pontos do país mas sobretudo na região de Paris. 

Segundo a associação patronal francesa Medef, os distúrbios já provocaram danos avaliados em cerca de mil milhões de euros: 200 estabelecimentos comerciais foram totalmente pilhados e 300 agências bancárias ficaram destruídas, assim como 250 quiosques de rua. 

A Medef não incluiu ainda a previsão do eventual impacto dos incidentes na imagem da França relativamente ao turismo.

Na segunda-feira, Macron visitou vários quartéis de bombeiros de Paris que estão nas zonas mais próximas dos locais onde ocorreram os tumultos, tendo admitido a possibilidade de "sancionar economicamente" os menores de idades responsáveis por atos de violência. 

A primeira-ministra francesa, Élisabeth Borne, recebe hoje os líderes dos grupos parlamentares da maioria depois de se ter reunido segunda-feira com os dirigentes dos partidos da oposição.

O agente da polícia suspeito da morte do jovem está acusado de homicídio e em prisão preventiva.

Leia Também: Macron quer penalizar financeiramente pais de jovens que criaram tumultos

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