Este acordo bilateral viria juntar-se aos acordos concluídos a nível da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), de que a RDCongo e a África do Sul são membros, declarou numa conferência de imprensa em Kinshasa com o seu homólogo sul-africano, Cyril Ramaphosa, que se encontra em Kinshasa numa visita oficial.
O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, disse por sua vez que o seu país vai continuar a trabalhar com a RDCongo para pôr fim à instabilidade e apelou ao diálogo para a resolução de conflitos.
"Vamos trabalhar para silenciar as armas. Vamos continuar a apoiar a RDCongo nos setores da segurança e do desenvolvimento, reforçando as nossas ligações e aplicando as resoluções de segurança propostas pelos nossos peritos", disse Ramaphosa.
O chefe de Estado sul-africano acrescentou que Tshisekedi concordou consigo "que sentar e encontrar formas de negociar é a melhor maneira de resolver conflitos".
Por seu lado, o líder da RDCongo salientou a importância de "reforçar a cooperação entre Pretória e Kinshasa".
"Os nossos dois países podem usar a sua influência para ajudar a região da África Austral a atingir um novo nível económico", apontou.
Os dois presidentes anunciaram que os seus países vão também trabalhar em conjunto no setor mineiro para "não deixar a porta aberta aos que vêm para África extrair ilegalmente os minerais africanos".
"Temos de beneficiar dos nossos próprios recursos naturais", afirmou Ramaphosa.
Desde 1998, o leste da RDC está mergulhado num conflito alimentado por milícias rebeldes e pelo exército, apesar da presença da missão das Nações Unidas na RDCongo (Monusco), com cerca de 16.000 efetivos uniformizados no terreno.
A ausência de alternativas e de meios de subsistência estáveis levou milhares de democrático-congoleses a pegar em armas e, de acordo com o Barómetro de Segurança de Kivu (KST), o extremo leste da RDCongo é um campo de batalha para cerca de 120 grupos rebeldes.
A RDCongo possui algumas das maiores reservas mundiais de cobalto, cobre, ouro, diamantes e coltan, entre outros minerais, bem como petróleo, gás e a segunda maior floresta tropical do mundo.
No entanto, de acordo com os dados recolhidos pelo Banco Mundial, cerca de 73% da população - cerca de 60 milhões de pessoas - é obrigada a viver com menos de 1,90 dólares (1,7 euros) por dia, o que faz do país um dos mais pobres do mundo.
A África do Sul possui as maiores reservas mundiais de ouro, bem como de diamantes, ferro, platina, manganês, crómio, cobre, urânio, prata, berílio e titânio.
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