Fragmentos e possíveis restos humanos recuperados do submersível Titan, a 4.000 metros de profundidade, estão já a ser analisados por cientistas norte-americanos e serão fundamentais para se tentar perceber o que se passou para que o submersível tivesse sofrido uma implosão.
Há muitas questões em aberto, mas o trabalho da Guarda Costeira dos EUA e das autoridades canadianas forneceu uma série de dados que permitem aos especialistas fazer uma descrição aproximada do que aconteceu.
É com esses dados que o especialista espanhol José Luis Martín tira as suas próprias conclusões e explica ao Nius Diario aquilo que poderá ter acontecido.
José Luis Martín é engenheiro, especialista em marinha mercante e submarinos. O espanhol trabalhou há 30 anos como chefe de máquinas num submarino turístico de passageiros e, desde então, este tipo de submersível tornou-se a sua paixão.
Segundo as informações a que teve acesso sobre o Titan, o espanhol conclui que "o submarino se movia na horizontal, de forma estável" até que "uma falha elétrica, deixou o Titan sem propulsão".
"A falta de propulsão, o peso dos passageiros e do piloto (cerca de 400 quilos), que se concentravam na parte da frente junto à 'vigia'" fez com que o "submarino tenha caído como uma flecha no fundo do mar, sem qualquer possibilidade de manobra com os elementos de controlo e de segurança avariados".
"Ao cair nas profundezas do oceano, o casco resistente foi sujeito a um súbito aumento de pressão (que não era proporcional à profundidade na altura) e ocorreu uma forte compressão da embarcação que continha os turistas e o piloto".
A rapidez da queda fez com que a contração do casco do submarino fosse instantânea, que causou a morte imediata dos seus tripulantes, crê este especialista.
Recorde-se que a Guarda Costeira dos Estados Unidos continua a investigar o caso, de forma a apurar o que é que correu mal nesta expedição.
Apesar de ter um alerta a dar conta de que todas as expedições foram canceladas, a página que anuncia as missões comerciais e de carácter científico até aos destroços do Titanic continua ativa no site da OceanGate, mais de duas semanas após o desastre.
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