Presidente do Senegal defende entrada da União Africana no G20

A entrega à União Africana (UA) de um lugar no G20 permitiria reparar uma "injustiça", considerou hoje, em Aix-en-Provence, o presidente senegalês, Macky Sall, que apelou também a aumentar a solidariedade dos países desenvolvidos para com os pobres.

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Lusa
07/07/2023 22:34 ‧ 07/07/2023 por Lusa

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Senegal

"A África no seu conjunto está no oitavo lugar em termos de produto interno bruto" (PIB), disse Sall, que discursava, por videoconferência, no quadro dos Encontros Económicos de Aix, no sul de França.

"Hoje, admitir o continente enquanto União Africana" no seio do G20 [Grupo dos 20, que junta as 19 maiores economias do mundo, mais a União Europeia] permitiria reparar uma "injustiça", prosseguiu o chefe de Estado do Senegal e antigo presidente da UA.

"Há avanços na medida em que o conjunto dos membros do G20 deram o seu acordo para que África obtenha este lugar permanente", possibilidade que Macky Sall espera ver concretizada durante a próxima cimeira do G20, na Índia, no final deste ano.

Agora, apenas um Estado africano, a África do Sul, tem assento enquanto membro permanente no G20, que representa mais de 80% do PIB mundial.

Também presente hoje em Aix-en-Provence, a antiga diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) e atual presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, defendeu o aumento do peso de África naquela instituição.

"Os países africanos têm dois lugares no [conselho de administração do] FMI, três no Banco Mundial", recordou.

"O terceiro lugar representando os países africanos no FMI deveria ser concebido no futuro próximo", considerou, enquanto recordava que a decisão pertence aos 190 "Estados membros" do FMI. O conselho de administração do FMI tem 24 diretores.

Por seu lado, Macky Sall apelou ainda ao aumento de reafetação dos direitos de saque especiais [DSE, uma espécie de moeda de reserva] dos Estados ricos em favor dos pobres.

No final de junho em Paris, os Estados desenvolvidos atingiram o seu objetivo de redirigir 100 mil milhões de dólares dos seus DSE para os Estados pobres, para financiar em particular o desenvolvimento e a transição climática.

"As necessidades são tão grandes para o conjunto dos países em desenvolvimento, que os 100 mil milhões de DSE não chegam, apesar de ser um balão de oxigénio importante", acrescentou Macky Sall.

Leia Também: Primeiro-ministro neerlandês demite-se e oposição exige eleições

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