Antonov descreveu a ação dos EUA como um "gesto de desespero", mostrando que os EUA "e os seus satélites se aperceberam da sua impotência".
Neste sentido, o representante russo denunciou "a brutalidade e o cinismo" das autoridades norte-americanas ao abordar "a questão do fornecimento de armas letais a Kiev".
O embaixador russo disse que "as provocações dos EUA estão realmente fora de escala" e Washington está "tão obcecado com a ideia de derrotar a Rússia que não se apercebe da gravidade das suas ações".
A interferência da potência ocidental "só causa mais vítimas e prolonga a agonia do regime de Kiev", lê-se num comunicado divulgado pela embaixada russa na plataforma Telegram, na sexta-feira.
A Rússia também denunciou que os Estados Unidos "ignoraram as opiniões negativas dos aliados sobre os perigos do uso indiscriminado de munições de fragmentação", assim como "fecharam os olhos às vítimas civis".
No entanto, Antonov garantiu que o fornecimento de armas ocidentais "não impedirá de forma alguma a realização dos objetivos da operação militar especial destinada a erradicar as ameaças à segurança da Federação Russa, incluindo o nazismo alimentado na Ucrânia".
O Presidente dos EUA disse que foi "difícil", mas necessária, a decisão de enviar bombas de fragmentação para a Ucrânia, como parte do novo pacote de ajuda militar, justificado por "os ucranianos estão a ficar sem munição".
Numa entrevista à cadeia de televisão CNN, Joe Biden indicou que a decisão foi acertada com os aliados, apesar das reservas da Alemanha e das críticas da organização não-governamental Human Rights Watch (HRW).
As bombas de fragmentação foram proibidas em mais de uma centena de países devido ao risco de causar danos a civis, uma vez que muitos subprojéteis lançados não explodem, podendo permanecer enterrados no solo e serem acionados facilmente.
A ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia foi justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia, invasão condenada pela comunidade internacional que tem respondido com envio de armamento, além da imposição de sanções políticas e económicas à Rússia.
Mais de nove mil civis, incluindo 500 crianças, foram mortos desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro de 2022, disse a Missão de Monitorização dos Direitos Humanos da ONU na Ucrânia, num comunicado divulgado na sexta-feira, dia em que os combates ultrapassaram a marca dos 500 dias.
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