A Coreia do Norte condenou esta terça-feira a decisão dos Estados Unidos de fornecer a Ucrânia com bombas de fragmentação, um tipo de armamento que foi banido por 111 países devido aos seus riscos para a população civil.
À agência estatal de notícias KCNA, o ministro dos Negócios Estrangeiros do regime autoritário, Choe Son Hui, disse que a decisão de Joe Biden era "um perigoso ato criminal", e denunciou "veementemente" o envio de armas.
"Em nome do governo da Coreia do Norte, denuncio veementemente a decisão dos Estados Unidos de oferecer armas de destruição maciça à Ucrânia, como um ato criminoso perigoso que trará nova calamidade ao mundo, e exijo que os EUA se retraiam desta decisão imediatamente", afirmou o ministro.
Choe Son Hui sublinhou ainda que o facto de Joe Biden ter assumido que a decisão fora "difícil" prova que o presidente norte-americano sabe as consequências severas que o fornecimento destas armas pode ter.
"Os EUA tomaram uma decisão perigosa, que demonstra mais uma vez as suas verdadeiras cores como destruidores da paz, no que diz respeito à agressão e ao massacre como a sua política nacional e modo de existência", acrescentou o governo norte-coreano.
A decisão dos Estados Unidos surgiu na semana passada, depois de um pedido feito pela Ucrânia, no âmbito de um pacote de ajuda militar de 800 milhões de dólares.
Vários países, incluindo Portugal, procuraram distanciar-se dos norte-americanos, considerando que o tipo de armamento em causa é demasiado perigoso para a população civil - estas bombas são compostas por vários pequenos explosivos, que podem não explodir imediatamente e podem, assim, ser um risco para as pessoas que caminharem nos terrenos onde ficarem caídas.
A Organização das Nações Unidas (ONU) também condenou a decisão, citando a Convenção sobre Bombas de Fragmentação, que foi assinada por 111 partidos signatários - mas não pelos EUA, pela Ucrânia, pela Rússia (que já usou estas armas na guerra) e pela Coreia do Norte.
O regime de Pyongyang é um dos poucos países do mundo a assumir o seu apoio diplomático à Rússia, mantendo uma relação com o Kremlin e vendendo armas para as forças russas.
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