No entanto, na passada sexta-feira, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, garantiu que o homólogo russo, Vladimir Putin, concorda com o prolongamento do acordo de cereais do mar Negro, permitindo à Ucrânia exportar a produção, mas não adiantou pormenores.
A atual prorrogação do acordo, assinado no verão de 2022 em Istambul pela Ucrânia e pela Rússia sob a mediação da ONU e da Turquia, termina hoje e, a par dos cereais ucranianos, o documento também abrange a exportação de fertilizantes e de produtos alimentares russos.
Embora não tenha sido contundente a esse respeito, a Rússia tem repetidamente sinalizado que não pretende alargar a chamada Iniciativa dos Cereais do Mar Negro, alegando que, por um lado, se tornou um pacto comercial e não humanitário e, por outro lado, o memorando russo continua por cumprir.
Moscovo tem contestado os entraves sobre as suas exportações de fertilizantes e de produtos alimentares, alegando que o seu setor agrícola está a ser prejudicado pelas sanções impostas pelo Ocidente na sequência da invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022.
Na contagem decrescente para tentar uma nova renovação do acordo, o secretário-geral da ONU, António Guterres, enviou na semana passada uma carta a Putin com uma proposta para facilitar as exportações russas de alimentos e fertilizantes e de cereais ucranianos.
"Espero que com essa carta asseguremos o prolongamento do acordo de cereais, com os nossos esforços conjuntos e os esforços da Rússia", disse Erdogan, numa referência à missiva de Guterres.
Putin continua a não anunciar uma decisão e limita-se a indicar publicamente que Moscovo está a analisar a situação.
Com o objetivo de convencer a liderança russa, Guterres pretende suprimir os obstáculos às exportações de fertilizantes russos -- outro segmento do acordo de julho de 2022 que Moscovo diz não ter sido respeitado -- ao "eliminar os entraves às transações financeiras do Banco Agrícola da Rússia".
Segundo dados das Nações Unidas, desde que o acordo entrou em vigor, perto de 33 milhões de toneladas de cereais foram escoados a partir dos portos do sul da Ucrânia.
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