A assinatura ocorreu durante uma cerimónia no próprio navio de substituição, o Náutica, que contou com funcionários da ONU e da Yemen Oil Company, controlada pelos insurgentes, bem como da província portuária de Al Hudeida, onde o superpetroleiro Safer está encalhado.
Durante a breve cerimónia, o ministro dos Transportes do governo houthi, Abdelwahab al-Dura, destacou que o Iémen "está a colher hoje os frutos de mais de dois anos de esforços para salvar o meio ambiente do petroleiro Safer", que representa uma grande ameaça ambiental, caso ocorra um derramamento de petróleo no Mar Vermelho.
Com a chegada do Nautica a Al Hudeida este domingo, e com a transferência do navio para os houthis, "esta crise que se arrasta há anos vai acabar", garantiu o ministro.
A empresa também anunciou a mudança de nome do Nautica, que passou a chamar-se 'Yemen'.
Espera-se que o navio de substituição atraque ao lado do Safer esta terça-feira de manhã, noticiou a agência Efe.
A tarefa da Náutica é descarregar o petróleo armazenado no Safer, que se encontra em decomposição, numa operação que decorrerá esta semana, segundo a ONU.
O FSO Safer está atracado na costa do Iémen desde 1988, mas as operações de manutenção a bordo estão suspensas desde 2015, devido à guerra civil no país árabe.
Em caso de derrame de petróleo, só o custo da limpeza é estimado em 20 mil milhões de dólares (18,19 mil milhões de euros) pela ONU, sem contar as possíveis consequências ambientais, económicas e humanitárias.
O FSO Safer transporta quatro vezes mais petróleo do que o derramado no desastre do Exxon Valdez em 1989, ao largo do Alasca, um dos piores desastres ambientais do mundo.
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), que gere a operação, estimou que a fase atual desta operação custará cerca de 142 milhões de dólares, dos quais ainda falta angariar cerca de 14 milhões de dólares de imediato.
O Iémen, o país mais pobre da Península Arábica e devastado por anos de guerra, tem desfrutado de um período de acalmia desde uma trégua negociada pela ONU em abril de 2022 - agora expirada.
Centenas de milhares de pessoas morreram como causa direta deste conflito ou por causas indiretas, como falta de comida ou água, naquela que as Nações Unidas classificam como uma das mais graves crises humanitárias no mundo.
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