O governo liderado por Benjamin Netanyahu deverá aprovar, na próxima semana, a primeira lei da polémica reforma judicial no Knesset (Parlamento de Israel), noticiou a agência Efe.
A marcha começou na madrugada de terça-feira em Telavive, após grandes manifestações em todo o país, em mais um "dia de resistência", e durante quatro dias os manifestantes caminharam etapas curtas para evitar o calor, até completarem este sábado os 70 quilómetros de distância até Jerusalém.
Desde que partiu, percorrendo a Estrada Nacional 1, que liga as duas principais cidades de Israel, milhares de manifestantes juntaram-se à caminhada.
Segundo os organizadores, esta sexta-feira de manhã já eram 10.000, mas nas últimas horas até 30.000 manifestantes juntaram-se para a derradeira etapa.
Espera-se que ainda mais pessoas se juntem à reta final deste sábado, para participar na grande manifestação, primeiro em frente ao Knesset, em Jerusalém, e depois em frente à residência do primeiro-ministro.
O movimento de protesto referiu-se a esta como a "semana mais crucial para Israel", quando a primeira lei do pacote legislativo de reforma judicial é aprovada, e manifestações em massa são esperadas em todo o país todos os dias.
Na quinta-feira à noite, novos protestos espalharam-se rapidamente pelo país, de forma improvisada, depois de Netanyahu ter confirmado num discurso televisivo a intenção do governo de avançar unilateralmente com a reforma judicial.
O primeiro-ministro do governo mais à direita da história da nação garantiu que vai "fortalecer a democracia", enquanto culpava a oposição pela falta de consenso por ter rompido o diálogo.
O Knesset, controlado pelos partidos da coligação, de extrema-direita e ultraortodoxo, realizará uma sessão plenária extraordinária este domingo - quando o plenário não se costuma reunir - para votar em segunda e terceira leituras o projeto de lei que elimina a 'doutrina da razoabilidade'.
Depois da sua previsível aprovação, após alguns debates que podem durar até à manhã de segunda-feira, será a primeira lei de reforma judicial que avança após sete meses de polémica e divisão social, que causaram os maiores protestos da história de Israel.
Esta 'doutrina da razoabilidade' permite que o Supremo Tribunal reveja e revogue as decisões e nomeações do governo, caso sejam razoáveis ou não, sendo que anulá-la eliminaria o sistema de equilíbrio de poderes inerente à democracia, segundo os detratores da reforma.
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