Zelensky pediu reunião do Conselho NATO-Ucrânia "com urgência"
Pedido surge depois de a Rússia ter suspendido a sua participação no acordo que permite a exportação de cereais ucranianos através do Mar Negro.
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Mundo Guerra na Ucrânia
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, revelou que pediu ao secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, "para convocar com urgência" uma reunião entre Kyiv e os membros da Aliança de forma a "superar a crise de segurança no Mar Negro".
A informação foi confirmada no seu habitual discurso noturno, no qual o chefe de Estado ucraniano acabou por revelar mais detalhes do seu telefonema com Stoltenberg, este sábado.
"Conversámos sobre a atual situação de segurança, em particular sobre os passos agressivos da Rússia no Mar Negro. Qualquer desestabilização nesta região e a interrupção das nossas rotas de exportação significarão problemas com consequências correspondentes para todos no mundo. A crise de preços é a menor das consequências possíveis", disse Zelensky ao recordar o telefonema com o secretário-geral da NATO.
Após referir que foram discutidos os "passos para desbloquear e garantir a operação estável" do corredor do Mar Negro para a exportação de cereais, tal como já tinha sido adiantado no Twitter durante a tarde, Zelensky revelou: "Na nossa cooperação, passámos para um novo nível mais alto – o nível do Conselho NATO-Ucrânia. E esse mecanismo pode funcionar. Recorri a Jens com uma proposta para convocar com urgência a tal reunião do Conselho para consultas de crise apropriadas".
"A reunião acontecerá em alguns dias. Podemos superar a crise de segurança no Mar Negro", defendeu.
De realçar que o chefe de Estado ucraniano já tinha anunciado que tinha tido uma conversa telefónica com o secretário-geral da NATO sobre a exportação de cereais.
Na segunda-feira, a Rússia anunciou que iria suspender o acordo de exportação de cereais pelo Mar Negro a partir de portos ucranianos, argumentando que os compromissos assumidos em relação à parte russa não foram cumpridos.
Diversos países e organizações internacionais, incluindo as Nações Unidas e a União Europeia (UE), condenaram a decisão de Moscovo, lamentando o recuo russo face à prorrogação da Iniciativa dos Cereais do Mar Negro e alertando para as graves consequências junto de países com dificuldades de acesso a bens alimentares.
A Iniciativa dos Cereais do Mar Negro, acordada há um ano pela Rússia, Ucrânia, Turquia e Nações Unidas, permitiu a exportação de quase 33 milhões de toneladas de alimentos de três portos no sul ucraniano, considerados cruciais para a descida dos preços globais e segurança alimentar nos países mais desprotegidos.
As autoridades russas fizeram saber que só voltarão ao protocolo se as suas condições forem atendidas, nomeadamente o comércio dos seus próprios produtos agrícolas, prejudicado, segundo frisam, pelas sanções ocidentais.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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