Contraofensiva ucraniana "falhou". Putin estima mais de 26 mil baixas
Vladimir Putin disse hoje ao Presidente da Bielorrússia que a contraofensiva ucraniana, lançada no início de junho para expulsar as forças russas, falhou, estimando mais de 26 mil baixas no exército ucraniano.
© Getty Images
Mundo Ucrânia/Rússia
"Não há contra-ofensiva", declarou Lukashenko, de acordo com a agência de notícias TASS, antes de ser interrompido por Vladmir Putin, que lançou: "Há uma, mas falhou".
Vladimir Putin e Alexander Lukashenko reuniram hoje no Palácio de Constantino, em São Petersburgo, num encontro a que os dois líderes "vão dedicar um dia e meio, dois dias" às conversações bilaterais sobre "a segurança na região", disse o presidente russo, em declarações à televisão russa.
Durante a reunião, Lukashenko adiantou que, de acordo com fontes norte-americanas, Kiev teria perdido 26 mil soldados desde junho, mas Putin precisou que "são mais".
Ambos sublinharam ainda que nas últimas 24 anos, o exército russo destruiu 15 tanques Leopard e 20 veículos blindados Bradley, o número mais elevado de equipamentos militares estrangeiros destruídos num dia.
Putin considerou também muito grandes as perdas nas fileiras dos mercenários estrangeiros "devido à sua estupidez", acusando os respetivos governos, e sublinhou que o arsenal ocidental está a esgotar-se, considerando, por isso, que a contraofensiva falhou.
Nos últimos dias, o próprio Presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, reconheceu, nos últimos dias, que a contraofensiva está a avançar de forma mais lenta do que esperado, porque Kiev quer proteger as suas tropas e equipamentos, admitindo também que começou demasiado tarde devido à escassez de armamento, dando tempo ao exército russo de reforçar as suas posições e linhas de defesa.
O encontro entre Vladimir Putin e o Presidente da Bielorrússia acontece quase um mês após a rebelião fracassada dos mercenários do grupo Wagner, em que Lukashenko desempenhou um importante papel para lhe pôr fim.
Os dois líderes terão, por isso, de discutir também o tema, sobre o qual tanto o Kremlin como o próprio Lukashenko reconhecem que o Presidente bielorrusso atuou como mediador entre a presidência russa e Yevgeny Prigozhin para encontrar uma solução rápida.
No acordo, foi proposto aos mercenários do grupo Wagner assinar um contrato com o exército russo, regressarem à vida civil ou irem para a Bielorrússia, para onde acabaram por ir alguns dos membros.
Lukashenko assegurou hoje ao Presidente russo que mantinha o grupo Wagner no centro do país, alegando controlar a situação.
"Eles começaram a cansar-nos. Estão a pedir para ir para o oeste (...) para Varsóvia, Rzeszów", começou por dizer Lukashenko a Vladimir Putin. "Mas, claro que eu os mantenho no centro da Bielorrússia, como combinamos", acrescentou.
Lukashenko também acusou Varsóvia de querer "transferir territórios" do oeste da Ucrânia para a Polónia, o que descreveu como "inaceitável".
Na sexta-feira, Vladimir Putin já tinha feito comentários semelhantes, levando Varsóvia a convocar o embaixador russo no dia seguinte "com urgência", considerando as declarações do presidente russo provocativas.
[Notícia atualizada às 12h51]
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