"Nota-se que atualmente a taxa de analfabetismo entre as mulheres é de 49,4% e 27,2% nos homens, é preciso refletirmos porque é que isso está a acontecer", disse Filipe Nyusi, durante a abertura da conferência nacional da educação, que decorre em Maputo, precisando que uma taxa de analfabetismo global no país é de 39%.
Segundo o chefe de Estado moçambicano, as províncias de Niassa, Cabo Delgado e Nampula, no norte do país, e as províncias de Tete e Zambézia, no centro de Moçambique, são as que apresentam os maiores índices de analfabetismo.
Filipe Nyusi referiu ainda que o problema atinge 50,8% da população rural e 18% da população urbana, sugerindo que os governantes das províncias mencionadas identifiquem e corrijam as deficiências na educação que estejam a contribuir para as baixas taxas de alfabetização.
O Presidente moçambicano manifestou ainda preocupação sobre os atrasos na conclusão dos níveis académicos, fazendo menção às estatísticas que revelam que uma criança leva em média o dobro de anos para concluir o ensino primário e que a taxa média de graduados em Moçambique está abaixo de 30%.
"Estes atrasos na conclusão dos níveis aumentam os custos para as famílias, para a sociedade e também comprometem o rácio aluno/ professor", vincou.
Ainda de acordo com o chefe de Estado, há uma "grande disparidade" no número de estudantes universitários distribuídos pelo país, sendo que cerca de 100 mil (42,4%), dos mais de 237 mil matriculados no ensino superior, estão concentrados na capital, Maputo.
Moçambique conta com um total de 56 instituições de ensino superior, das quais 22 públicas e 34 privadas, de acordo com dados avançados pelo Presidente.
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