Argélia convoca diplomatas em protesto contra queima de Corão

A Argélia convocou os representantes diplomáticos da Dinamarca e da Suécia no seu país, em protesto contra as recentes manifestações de ativistas que queimaram exemplares do Corão em Copenhaga e Estocolmo, divulgou hoje o governo argelino.

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© Hakan Akgun/ dia images via Getty Images

Lusa
24/07/2023 22:14 ‧ 24/07/2023 por Lusa

Mundo

Argélia

"Após a repetição de incidentes de queima e profanação do Alcorão Sagrado em Copenhaga e Estocolmo, o Ministério dos Negócios Estrangeiros convocou, na segunda-feira, o embaixador dinamarquês e o encarregado de negócios da embaixada sueca na Argélia, para informá-los sobre o protesto oficial da Argélia", destacou, em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros argelino.

Argel também manifestou a sua "firme condenação desses atos imorais e incivis que visam tudo o que é sagrado para os muçulmanos em todo o mundo", sublinha ainda o governo argelino na nota de imprensa.

Os diplomatas dinamarqueses e suecos foram informados que estes atos, pela "sua natureza terrível e desprezível", não estão dentro do significado de liberdade de expressão, como "afirmam equivocadamente os que a defendem".

A Argélia exortou ainda a Dinamarca e a Suécia a "tomar todas as medidas necessárias para evitar a recorrência de tais atos, odiados por todas as religiões monoteístas, leis e costumes internacionais".

Na semana passada, vários ativistas queimaram exemplares do Corão em frente às embaixadas iraquianas na Dinamarca e na Suécia, provocando protestos.

Na quinta-feira, após a queima de um exemplar do Corão na Suécia, centenas de iraquianos invadiram a embaixada sueca em Bagdade e incendiaram-na, obrigando a legação diplomática a abandonar o país, apesar de o próprio Governo iraquiano já ter ordenado a expulsão do embaixador sueco no Iraque e o regresso do encarregado de negócios em Estocolmo.

Na sequência de um ato semelhante na Dinamarca, centenas de pessoas tentaram invadir sábado a embaixada dinamarquesa em Bagdade, enquanto um grupo de iraquianos incendiou também a sede da organização não-governamental dinamarquesa Danish Refugee Council na província meridional de Basra.

A Dinamarca retirou sábado o pessoal diplomático em Bagdade, 24 horas após funcionários diplomáticos suecos terem também sido repatriados e o edifício da representação da Suécia na capital árabe ter sido incendiado por manifestantes.

A nova queima dos exemplares do Corão surgiu pouco depois de o primeiro-ministro iraquiano, Mohamed Shia al-Sudani, se ter reunido com os embaixadores e representantes da União Europeia (UE) no Iraque para transmitir a "rejeição ao discurso de ódio e do extremismo, em particular das práticas que ofendem a santidade e a crença".

A este respeito, al-Sudani assegurou o "empenho em salvaguardar a segurança de todas as missões diplomáticas em Bagdade".

O Ministério dos Negócios Estrangeiros dinamarquês condenou a "queima do Alcorão", um "ato vergonhoso" e "provocativo, que magoa muita gente".

Leia Também: Incêndios na Argélia matam pelo menos 15 pessoas

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