O filho do chefe de Estado norte-americano declarou-se inocente, depois de a juíza responsável pelo caso ter questionado a validade do acordo, onde Hunter Biden reconheceu não ter declarado os rendimentos de 2017 e 2018 ao fisco.
O referido acordo incluía evitar um processo por outra acusação, de posse de arma de fogo, que é ilegal quando se trata de uma pessoa com vícios, noticiou a agência Efe.
A audiência realizada hoje num tribunal federal de Wilmington terminou sem um acordo final e com Hunter Biden a mudar a sua declaração, numa sessão tensa, cheia de interrupções e de mudanças de posição.
A juíza encarregada pelo caso e que deve proferir a sentença, Maryellen Noreika, indicada pelo ex-presidente Donald Trump (2017-2021, republicano), manifestou dúvidas durante a audiência sobre se o referido acordo poderia incluir a imunidade de Biden no caso de posse de arma de fogo.
O filho de Joe Biden acabou por declarar a sua inocência, enquanto os procuradores pediram tempo para rever o caso antes de apresentar outra proposta de acordo ou prosseguir com o processo.
Conforme relatado pela estação CNN, durante a audiência a juíza expressou as suas dúvidas sobre se a investigação dos procuradores tinha sido suficiente ou se era mesmo necessário reiniciá-la.
O procurador David Weiss, nomeado por Trump e mantido no cargo por Biden, liderou esta investigação.
Na conferência de imprensa diária, a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, referiu hoje que Hunter Biden é "um cidadão privado", que não exerce qualquer cargo público, e que esta questão é um "assunto privado".
Esta investigação foi aberta em 2018 durante o mandato do ex-presidente Donald Trump (2017-2021) e é utilizada pelos republicanos desde 2020 para atacar o presidente democrata, a quem acusam de não ter feito nenhum esforço para levar esta investigação até ao fim.
O líder da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, o republicano Kevin McCarthy, ameaçou esta terça-feira abrir um processo de 'impeachment' (impedimento) contra Biden.
McCarthy acusou o governo democrata de dificultar a investigação realizada pela Câmara dos Representantes, de maioria republicana, sobre a família Biden, que acusam de ter recebido fundos de uma empresa de energia chinesa.
Desde que o Partido Republicano conquistou a maioria na câmara baixa do Congresso, nas eleições intercalares do ano passado, lançou várias investigações contra Biden e outras figuras do seu governo.
Donald Trump, favorito nas primárias republicanas para as eleições de 2024, sugeriu na semana passada ao Congresso que iniciasse o 'impeachment' contra Biden.
Um eventual processo contra Biden não teria hipóteses de vingar, visto que os democratas têm maioria no Senado (câmara alta).
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