Em declarações na sede das Nações Unidas, Guterres citou os numerosos casos de instabilidade na região a sul do Magrebe: "Regimes militares no Mali, Burkina Faso e agora no Níger, uma transição frágil no Chade e uma situação horrível no Sudão".
"É uma tendência preocupante de mudanças inconstitucionais, com efeitos terríveis no desenvolvimento e nas condições de vida das pessoas" no Sahel, insistiu.
O golpe de Estado no Níger, que voltou a condenar veementemente, "é mais um acontecimento que beneficia os grupos terroristas que operam na região", com a atividade a aumentar exponencialmente no Burkina Faso, no Mali e no Níger e a chegar cada vez mais a outros Estados costeiros do Golfo da Guiné.
Quanto a pormenores sobre o que se passa no Níger, Guterres disse que, apesar de ter falado ontem com o Presidente deposto, Mohamed Bazoum, não sabe exatamente onde este se encontra detido.
Esclareceu também que a ONU não teve qualquer contacto com os golpistas e depositou as suas esperanças na mediação da Comunidade dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que enviou quarta-feira uma delegação a Niamey, chefiada pela presidência nigeriana e à qual Guterres desejou sucesso.
A situação em Niamey parece estar a favorecer os golpistas, que também receberam o apoio de grupos de manifestantes nas ruas da cidade, apesar das sucessivas condenações internacionais.
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