O governo ucraniano pediu, esta quinta-feira, à Federação Internacional de Esgrima (FIE) que reverta a sua decisão de desqualificar a atleta ucraniana Olga Kharlan.
Recorde-se que Olga Kharlan foi desqualificada da prova de sabre dos Mundiais de Esgrima, em Milão, por se ter recusado a cumprimentar, tal como definem as regras, a sua adversária, a russa Anna Smirnova, após vencer o encontro.
No Twitter, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, pediu que a Federação "restaure os direitos" da atleta ucraniana.
"Anna Smirnova perdeu a competição justa e decidiu jogar sujo com o show de aperto de mão. É exatamente assim que o exército russo age no campo de batalha. Olga Kharlan venceu a competição justa e mostrou dignidade. Exorto a Federação Internacional de Esgrima para restaurar os direitos de Kharlan e permitir que ela concorra", escreveu.
Anna Smirnova lost the fair competition and decided to play dirty with the handshake show. This is exactly how Russian army acts on the battlefield. Olha Kharlan won the fair competition and showed dignity. I urge @FIE_fencing to restore Kharlan’s rights and allow her to compete. pic.twitter.com/ocGXoGxN30
— Dmytro Kuleba (@DmytroKuleba) July 27, 2023
Este apelo surge já depois de também Mihailo Podolyak, assessor do presidente ucraniano, sair em defesa de Kharlan. Podolyak dirigiu-se diretamente à FIE e atirou: "Federação Internacional de Esgrima, isto deve ser tomado como uma posição? O dinheiro russo não cheira a sangue?", questionou.
De realçar que Olga Kharlan foi a primeira esgrimista ucraniana a entrar em pista contra um russo ou bielorrusso desde a invasão do seu país e venceu por 15-7. Após a vitória e face à recusa da ucraniana, Smirnova, que competia sob uma bandeira neutra, apelou ao protesto, que durou 45 minutos.
Um protesto que parecia ter sido rejeitado, com Kharlan ainda a ser considerada apurada para os 32 avos-de-final. Smirnova acabou por abandonar a competição depois de ter sido interpelada por um árbitro, permitindo o início do combate seguinte, mas os resultados acabaram por mostrar, mais tarde, que a ucraniana, quatro vezes campeã mundial individual e quatro vezes medalhada olímpica, tinha sido desqualificada do sabre individual feminino.
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