"A China tornou-se num parceiro económico ainda mais crucial para a Rússia após a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022", refere o documento difundido pelos eleitos do Partido Democrata no Congresso norte-americano.
Pequim "pôs em execução diferentes mecanismos de apoio económico que limitam o impacto das sanções e o controlo sobre as exportações", prossegue a mesma fonte.
A China aumentou designadamente as suas importações energéticas provenientes da Rússia e forneceu as condições necessárias para assegurar o transporte de petróleo bruto, segundo o texto.
Em paralelo, aumentaram as trocas comerciais pagas em yuan, a moeda chinesa, um dos métodos que permite contornar o sistema financeiro internacional.
O relatório também sublinha que Pequim forneceu provavelmente a Moscovo equipamento que pode ser utilizado nas áreas civil e militar, mesmo que seja "difícil estabelecer a extensão do apoio" da China para que a Rússia consiga contornar as sanções e o controlo das exportações.
As sanções internacionais implicam designadamente o congelamento dos bens, ou ainda de ativos do banco central da Rússia.
As sanções económicas também supõem restrições à importação e exportação em direção e a partir da Rússia. Por exemplo, a União Europeia (UE) proibiu as importações de petróleo russo.
Por sua vez, Pequim assegura a sua neutralidade face ao conflito e nunca condenou abertamente a invasão da Ucrânia pela Rússia.
A China rejeitou esta semana acusações de um conselheiro presidencial francês sobre prestar assistência militar não letal à Rússia.
"São alguns países da NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte] que continuam a deitar achas para a fogueira", disse na segunda-feira a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, frisando que a China "não criou a crise na Ucrânia e nem é parte dela".
Mao Ning reiterou a posição da China sobre o conflito, sublinhando que Pequim está empenhada em "facilitar conversações de paz" e que a China gere a exportação de bens militares de forma "prudente e responsável", atuando em conformidade "estrita" com as leis nacionais e as obrigações internacionais.
Sexta-feira, à margem do Fórum de Segurança de Aspen (Estados Unidos), Emmanuel Bonne, conselheiro político do Presidente francês, disse que há indícios de que a China está a fornecer equipamento militar não letal à China.
"Sim, há indícios de que eles estão a fazer coisas que preferíamos que não fizessem", disse o assessor, Emmanuel Bonne, à CNN à margem do Fórum de Segurança de Aspen, no Colorado, Estados Unidos.
"Bem... equipamento militar... Pelo que sabemos, eles forneceram grande capacidade militar à Rússia", declarou.
No entanto, outros funcionários consultados pela mesma cadeia televisiva referiram que essa assistência seria tecnológica, como equipamentos não letais, incluindo capacetes e coletes antibalísticos.
Segundo notícia desta semana do site noticioso Politico, a China está a enviar secretamente à Rússia equipamento suficiente para equipar um exército e os compradores russos declararam encomendas de centenas de milhares de coletes e capacetes à prova de bala fabricados pela empresa chinesa Shanghai H Win.
A Rússia importou mais de 100 milhões de dólares (90.200 milhões de euros) em 'drones' da China este ano -- 30 vezes mais do que a Ucrânia, segundo a mesma fonte.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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