De acordo com o diário brasileiro, que solicitou os relatórios através da Lei de Acesso à Informação, os documentos foram feitos pela Agência Brasileira de Inteligência,o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) e outras instituições e foram produzidos entre março de 2020 e julho de 2021.
Nos documentos são vários os apelos para que o Governo Federal comandado por Jair Bolsonaro adotasse medidas como o distanciamento social e reforçasse e incentivasse a vacinação.
Nos relatórios refere-se ainda que o uso de cloroquina é desaconselhado, medicamento que Jair Bolsonaro aconselhou que fosse tomado.
Os relatórios escondidos pelo então chefe de Estado brasileiro alertavam ainda sobre a possibilidade de colapso da rede de saúde e funerária do país.
Bolsonaro foi Presidente do Brasil entre 2019 e 2022 e durante a pandemia de covid-19 adotou uma postura negacionista, desvalorizou a gravidade do vírus, criticou a imposição de medidas de isolamento, rejeitou o uso da máscara e difundiu suspeitas infundadas sobre a eficácia das vacinas.
O antigo chefe de Estado chegou ao ponto de associar as vacinas antissida à doença, numa transmissão em direto nas suas redes sociais, o que levou à abertura de um inquérito no Supremo Tribunal de Justiça sobre a difusão de notícias falsas.
O Brasil é um dos países mais atingidos pelo coronavírus, com 703.399 mortos e quase 40 milhões de casos até à data, segundo dados oficiais.
Jair Bolsonaro, que ao ser derrotado nas eleições de outubro perdeu direito à imunidade, tem ainda, pelo menos, cinco investigações no Supremo Tribunal Federal que o podem levar à prisão, um deles por falsas durante a pandemia quando ligou a vacina contra a covid-19 ao risco de contrair sida.
Jair Bolsonaro já se desculpou por algumas alegações proferidas durante a pandemia, tendo lamentado, em junho deste ano, ter afirmado, de forma errada, que as vacinas com mensageiro RNA (mRNA) contra a covid-19 continham grafeno, indicando que se acumula "nos testículos e ovários".
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