China. Novos líderes na divisão do exército encarregue do arsenal nuclear

A China nomeou hoje uma nova liderança para a divisão do exército responsável pelo arsenal nuclear do país, depois de os antigos comandantes terem sido afastados por suspeitas de corrupção.

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Lusa
31/07/2023 14:09 ‧ 31/07/2023 por Lusa

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China

Wang Houbin, ex-vice-comandante da Marinha, é o novo chefe da Força de Mísseis do Exército de Libertação Popular e Xu Xisheng, que dirigia o Comando do Teatro de Operações Sul do exército chinês, foi apontado comissário político, informou a televisão estatal CCTV.

As nomeações foram anunciadas após Wang e Xu terem sido promovidos do posto de tenente-general a generais, durante uma cerimónia hoje realizada. Nenhum deles esteve anteriormente ligado a esta divisão.

Em relação aos anteriores responsáveis pela divisão, a unidade anticorrupção da Comissão Militar Central está a investigar o ex-comandante da força Li Yuchao, e os vice-comandantes Zhang Zhenzhong e Liu Guangbin, disseram fontes militares, citadas pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post.

Em duas reuniões de alto nível, realizadas este mês, em Pequim, o Presidente chinês, Xi Jinping, disse aos líderes militares que estes deviam concentrar esforços na resolução de "problemas proeminentes que persistem nas organizações partidárias em todos os níveis, no que diz respeito à imposição da liderança absoluta do Partido [Comunista] sobre os militares".

A Comissão Militar Central, o principal órgão de liderança militar da China presidido por Xi, pediu este mês o estabelecimento de um "mecanismo de alerta precoce para riscos de integridade nas Forças Armadas" e anunciou uma investigação à aquisição de equipamentos nos últimos seis anos.

Na semana passada, Xi voltou a exortar os militares a intensificar os seus esforços para combater a corrupção e alcançar a modernização das Forças Armadas, durante um discurso proferido numa base da Força Aérea, na província de Sichuan, nas vésperas do aniversário do Exército de Libertação Popular.

"Precisamos levar adiante a disciplina estrita do Partido e os esforços anticorrupção para um nível mais profundo", disse Xi Jinping, de acordo com a estação CCTV.

A Força de Mísseis é o elemento-chave da estratégia de dissuasão nuclear do país e dos esforços de Pequim para aumentar a pressão militar sobre Taiwan.

A decisão de transferir Wang da Marinha para a Força de Mísseis não tem precedentes, mas analistas da área da Defesa disseram que isso reflete a confiança do Exército de Libertação Popular nas suas habilitações em matéria de guerra híbrida.

Nos últimos anos, o Exército de Libertação Popular tem trabalhado para melhorar os seus sistemas nucleares aéreos, terrestres e marítimos -- a chamada tríade nuclear -- como parte de um esforço para garantir que todas as alas de combate podem operar juntas.

De acordo com a Cercius, uma consultora com sede no Canadá que monitoriza a elite política da China, a situação de cerca de 10 atuais e ex-oficiais da Força de Mísseis não é clara, incluindo Li e o seu vice Liu Guangbin.

No início de junho, a Comissão Central de Inspeção Disciplinar, o poderoso órgão de vigilância interna do Partido Comunista Chinês, anunciou que mais de 39 altos quadros militares e políticos foram presos desde o 20.º congresso do partido, em outubro passado, mas não publicou os nomes de todos aqueles que enfrentam acusações.

Uma vasta campanha anticorrupção lançada por Xi resultou na condenação à prisão perpétua ou à pena de morte de milhares de quadros e funcionários do partido, líderes de empresas e organizações públicas e oficiais do exército.

A par do combate à corrupção, a campanha tem como propósito reforçar o "controlo ideológico" e afastar rivais políticos, com as acusações a altos quadros do regime a incluírem frequentemente "excesso de ambição política" ou "conspiração".

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