Tajani, que assumiu o cargo de secretário nacional interino após a morte do fundador do partido de centro-direita e que é também vice-primeiro-ministro e chefe da diplomacia do governo de coligação em Itália liderado por Giorgia Meloni, fez este anúncio no final de uma reunião do secretariado partidário, tendo proposto as datas de 24 e 25 de fevereiro para a celebração do congresso, que, todavia, ainda não são definitivas.
O próprio António Tajani, desde sempre o 'braço direito' de Berlusconi na cena política, é o grande favorito à sua sucessão, mas a generalidade dos analistas e comentadores políticos em Itália não têm grandes dúvidas de que é uma missão praticamente impossível substituir 'O Cavaleiro', como era apelidado Berlusconi, que fundou o Força Italia em 1994, quando se lançou na política.
À frente do partido, Berlusconi foi primeiro-ministro em quatro governos (1994-95, 2001-2016 e 2008-2011).
O grande desafio do futuro líder será evitar a queda 'anunciada' de um partido criado à imagem do seu fundador e que até mantém o nome Berlusconi no seu símbolo.
Aliás, o próximo líder do Força Italia já nem sequer terá o título de presidente, mas sim de secretário nacional, tal como decidiu o partido na reunião celebrada pouco após a morte do magnata para eleger um líder provisório.
"Presidente só há um e não haverá outro", argumentou então o próprio Tajani, autor da iniciativa de substituir os títulos.
Ainda antes do desaparecimento de Berlusconi, o Forza Italia já estava em evidente declínio, tendo passado de perto de 30% dos votos nas legislativas de 2001 para apenas 8% nas eleições do ano passado, o que o tornam o elo mais fraco na atual coligação governamental.
Nas eleições de setembro do ano passado os Irmãos de Itália, liderados por Meloni, obtiveram 26%, e a Liga (extrema-direita, de Matteo Salvini) alcançou 9%, mesmo em queda face a anteriores resultados.
Ainda assim, os 62 membros do Forza Italia eleitos no ano passado -- 44 para a Câmara dos Deputados (câmara baixa) e 18 para o Senado (câmara alta) -- são indispensáveis para a atual coligação no governo, pelo que o futuro do partido de Berlusconi após a sua morte é particularmente importante para todo o espetro político italiano do centro-direita à extrema-direita.
Entretanto, também hoje, o Força Italia aprovou hoje para sucessor de Berlusconi no Senado aquele que era o 'braço direito' do 'Cavaleiro' no mundo do futebol, Adriano Galliani, o administrador-delegado do Monza, clube comprado pelo magnata em 2018.
Galliani exerceu o mesmo cargo no AC Milan, entre 1986 e 2017, durante o 'reinado' de Berlusconi no clube milanês.
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