Em conferência de imprensa em Bangui, Crépin Mboli-Goumba, coordenador do Bloco Republicano para a Defesa da Constituição (BRDC), justificou as críticas com o facto de que Bangui se assemelhava a uma cidade morta no domingo.
Para o BRDC, a taxa de participação "situa-se entre os 10% e os 13%", acrescentou.
"É com grande satisfação que constatamos que o povo está connosco", uma vez que votou pouco ou nada neste "referendo ilegal", sublinhou.
No dia seguinte ao referendo, Evariste Ngamana, vice-presidente da Assembleia Nacional e porta-voz da maioria presidencial, declarou que o povo centro-africano tinha "comparecido maciçamente às urnas", com uma taxa de participação de "70%", e que tinha "votado em massa" a favor da nova Constituição, com "90%".
Os jornalistas da AFP registaram uma fraca presença dos eleitores nas assembleias de voto.
Os resultados provisórios do referendo, que devem ser publicados no prazo de oito dias após a votação, ainda não foram divulgados pela Autoridade Nacional de Eleições (ANE).
Crépin Mboli-Goumba insistiu que "só a ANE tem autoridade para anunciar os resultados, os quais são aguardados "ansiosamente".
Não há muitas dúvidas de que o "sim" vai ganhar, apesar dos principais partidos da oposição e as organizações da sociedade civil, bem como os grupos rebeldes armados, terem apelado ao boicote do escrutínio.
O projeto da nova Constituição sobre o qual os centro-africanos foram convidados a votar inclui um alargamento do mandato presidencial de cinco para sete anos e a abolição dos limites de mandatos, num país devastado por vários golpes de Estado.
Eleito em 2016, Touadéra foi reconduzido no cargo em 2020, após uma eleição perturbada por grupos rebeldes armados e marcada por acusações de fraude.
O chefe de Estado, de 66 anos, é acusado pelos seus opositores de querer continuar a ser "Presidente vitalício" de um dos países mais pobres do mundo, com a ajuda, nomeadamente, dos mercenários da empresa russa de segurança privada Wagner, destacados na República Centro-Africana desde 2018.
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