O agente Tou Thao - que já tinha sido condenado em tribunal federal por violar os direitos civis de Floyd - foi o último dos quatro ex-polícias a enfrentar julgamento em tribunal estadual pelo assassínio de Floyd, em Minneapolis, em 25 de maio de 2020.
Ao contrário dos outros três ex-agentes, Thao sempre afirmou que não cometeu nenhum erro e muito menos cometeu um crime.
Este antigo polícia já tinha testemunhado que serviu apenas como um "cone de trânsito humano", quando reteve civis que manifestaram preocupação enquanto o ex-polícia Derek Chauvin retinha o afro-americano no chão com o joelho, ao longo de nove minutos e meio.
O vídeo de um espetador que capturou os gritos de Floyd, dizendo que não conseguia respirar, tornou-se viral nas redes sociais e espoletou uma vaga de manifestações contra o racismo e contra a violência policial em várias cidades de todo o mundo.
Na audiência de sentença que decorreu hoje, Thao repetiu que nunca teve a intenção de ferir ninguém naquele dia, num discurso cheio de referências bíblicas, onde traçou paralelos com os sofrimentos e falsas acusações suportadas por Jó e Jesus, noticiou a agência Associated Press (AP).
O juiz do condado de Hennepin, Peter Cahill, que considerou Thao culpado em maio por cumplicidade no homicídio agravado, destacou hoje que esperava de Thao "mais do que oração".
"Depois de três anos de reflexão, eu esperava um pouco mais de remorsos", sublinhouo juiz.
Thao foi sentenciado a 57 meses de prisão, uma sentença superior aos 51 meses solicitados pelos procuradores e aos 41 meses solicitados pelo advogado de Thao, Robert Paule.
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