Bielorrússia inicia exercícios militares perto da Polónia e Lituânia
A Bielorrússia iniciou hoje exercícios militares perto da fronteira com a Polónia e Lituânia, manobras que aumentam as tensões já elevadas com os países da NATO, desde que mercenários do grupo Wagner estão no país aliado da Rússia.
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Mundo Bielorrússia
Polónia e Lituânia aumentaram a sua segurança na fronteira desde que milhares de mercenários do grupo paramilitar russo Wagner se instalaram na Bielorrússia, após a rebelião armada na Rússia no final de junho e que permitiu que os combatentes e o seu líder, Yevgeny Prigozhin, evitassem acusações criminais.
Os governantes das duas nações da Aliança Atlântica garantiram que estão preparados para provocações de Moscovo e Minsk numa região sensível, onde ambos os países fazem fronteira com a Bielorrússia, bem como com o enclave russo de Kaliningrado.
O Serviço de Fronteiras da Letónia acusou hoje as autoridades bielorrussas de terem facilitado no domingo a entrada ilegal de migrantes em território letão, adiantando que vedações entre os países terão sido destruídas para permitir a passagem.
Varsóvia tinha denunciado na semana passada que dois helicópteros bielorrussos voaram brevemente em baixa altitude no espaço aéreo polaco, acusação negada pelas autoridades bielorrussas.
O Ministério da Defesa da Bielorrússia revelou hoje que os exercícios são baseados em experiências da "operação militar especial" -- o termo que a Rússia utiliza para se referir à invasão na Ucrânia.
Estas manobras militares incluem o "uso de 'drones', bem como a interação próxima de unidades de tanques e veículos motorizados com unidades de outros ramos das Forças Armadas".
A zona que acolhe os exercícios militares está junto ao chamado Corredor de Suwalki, um trecho de terra pouco povoado de 96 quilómetros ao longo da fronteira polaco-lituana, que liga os três estados bálticos da Lituânia, Letónia e Estónia à restante da aliança da NATO e separa a Bielorrússia do enclave de Kaliningrado.
Analistas militares ocidentais há muito assinalam o Corredor de Suwalki como uma área potencial de conflito em qualquer confronto entre a Rússia e a NATO, temendo que a Rússia procure aproveitar o trecho de terra para isolar os três estados bálticos da Polónia e de outras nações da Aliança Atlântica.
Os militares da Bielorrússia revelaram que estão a utilizar mercenários russos para treinar as suas tropas, e os exercícios começaram num momento em que chegaram ao país mais combatentes do grupo Wagner.
De acordo com o Belaruski Hajun, um grupo ativista que investiga movimentos de tropas na Bielorrússia, os mercenários chegam em pequenos grupos diariamente.
Já o Gray Zone, um grupo na rede social Telegram associado ao Wagner, referiu hoje que cerca de 7.000 mercenários estão num acampamento perto de Asipovichy, uma cidade 230 quilómetros a norte da fronteira ucraniana, embora esta informação não tenha sido verificada de forma independente.
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