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Países ocidentais "devem cumprir promessas" à Rússia no acordo de cereais

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, considerou hoje que a solução para o escoamento de cereais ucranianos no Mar Negro "depende dos países ocidentais, que devem cumprir as suas promessas".

Países ocidentais "devem cumprir promessas" à Rússia no acordo de cereais
Notícias ao Minuto

20:21 - 08/08/23 por Lusa

Mundo Ucrânia/Rússia

"A solução deste problema depende do respeito pelos países ocidentais das suas promessas. Não foram tomadas as medidas que teriam permitido transformar num cessar-fogo a atmosfera positiva criada pela Iniciativa do Mar Negro, e de seguida num acordo de paz duradouro", acusou o chefe de Estado turco, discursando perante a conferência de embaixadores em Ancara.

"Penso que pode ser encontrada uma solução", acrescentou, numa referência ao recente contacto telefónico com o Presidente russo Vladimir Putin, que recusou prolongar o acordo que expirou em 17 de julho e do qual eram garantes a ONU e a Turquia.

"Na semana passada, no decurso da nossa conversa telefónica com Putin, tomámos conhecimento das exigências da Rússia", indicou, sem adiantar mais pormenores.

A par das Nações Unidas, a Turquia foi um dos mediadores da Iniciativa do Mar Negro, acordo firmado em Istambul no verão de 2022 que permitiu a exportação de cereais por esta via marítima a partir de portos ucranianos. O acordo foi suspenso em meados de julho passado, após a saída unilateral de Moscovo.

A Rússia suspendeu o acordo após meses de críticas ao texto acordado, argumentando que os seus envios de produtos agrícolas e de fertilizantes estavam bloqueados pelas sanções ocidentais, impostas na sequência da invasão do território ucraniano em fevereiro de 2022.

"A nossa posição é clara", insistiu hoje Erdogan, que na semana passada apelou a Putin para "evitar a escalada".

"Caso a guerra alastre ao Mar Negro, será um desastre para a nossa região", prognosticou Erdogan.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -- foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

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