Kyiv garante que população russa está a abandonar a Crimeia
As autoridades ucranianas asseguraram hoje que os residentes russos da Crimeia, calculados entre 600.000 e 800.000 segundo Kyiv, estão a abandonar gradualmente a península devido aos ataques das Forças Armadas ucranianas contra o território, anexado pela Rússia em 2014.
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Mundo Ucrânia
Citada pela agência noticiosa ucraniana UNIAN, a representante permanente da Ucrânia na Crimeia, Tamila Tasheva, considerou esta retirada da população russa como uma "boa notícia", pelo facto de Kyiv ter de pedir a menos gente que "cortesmente" saia do território.
Tasheva também assegurou que "outra parte" da população residente na Crimeia celebra as ofensivas ucranianas, por considerarem que pode significar o regresso em breve da península ao controlo de Kyiv.
"Entendem que a Ucrânia está a lutar pela Crimeia e a vai libertar", prosseguiu a representante, antes se referir a diversos casos de residentes locais que estão a ser julgados por manifestarem apoio à Ucrânia.
As informações fornecidas pelas partes sobre a situação nas frentes de batalha não podem ser frequentemente confirmadas de forma imediata e independente.
Segundo Tasheva, a maioria da população russa da Crimeia são cidadãos que Moscovo instalou na península, a maioria médicos, professores e jornalistas. As administrações, sistema judicial e serviços de informações são assegurados por colaboradores locais.
"Após 2014 começaram a tomar medidas enérgicas contra alguns deles [colaboradores locais], em particular altos cargos, e substituíram-nos por russos porque não gostam de traidores em nenhum lado", afirmou a mesma representante.
Um censo populacional efetuado pouco antes da anexação da Crimeia pela Rússia indicou que viviam na península cerca de 1,5 milhões de russos (67,9% do total), 344.515 ucranianos (15,7%), 245.000 tártaros da Crimeia (12,6%), 35.000 bielorrussos (1,4%), 13.550 de outros tártaros (0,5%), 10.000 arménios (0,4%) e 5.500 judeus (0,2%).
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -- foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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