As declarações de Guterres surgem após o partido de Bazoum, o Partido Nigerino para a Democracia e Socialismo, ter afirmado que a junta militar impôs condições "desumanas" a Bazoum e à sua família.
"O secretário-geral está profundamente preocupado com as condições de vida deploráveis em que Bazoum e a sua família estão a viver desde que foram arbitrariamente detidos por membros da Guarda Presidencial", afirmou um porta-voz de António Guterres.
"O secretário-geral reitera a preocupação com a saúde e a segurança do Presidente e da sua família, e apela mais uma vez à sua libertação imediata e incondicional e à sua reintegração como chefe de Estado", acrescentou.
O partido de Bazoum denunciou que o Presidente está a viver "sem eletricidade, água, alimentos e medicamentos", razão pela qual apelou ao "estrito cumprimento das obrigações internacionais em matéria de direitos humanos no Níger".
A 26 de julho, um grupo de militares da Guarda Presidencial deteve Bazoum, anunciou posteriormente a criação de uma junta militar, denominada Conselho Nacional de Salvaguarda da Pátria, e anunciou a destituição do Presidente, invocando problemas de segurança no país.
A comunidade internacional manifestou preocupação com Bazoum e apelou ao restabelecimento da "ordem constitucional" após o golpe de Estado, apoiando a posição da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que vai realizar hoje uma nova cimeira extraordinária em Abuja, capital da Nigéria, depois de ter terminado o ultimato que fez aos líderes do golpe.
A CEDEAO tinha dado à junta golpista um prazo até domingo para restabelecer no cargo o Presidente deposto, sem excluir a possibilidade de uma ação armada para atingir esse objetivo, embora tenha sido favorável à promoção da diplomacia na última reunião.
O Níger conta cinco golpes de Estado, incluindo o de 26 de julho, desde que se tornou independente de França em 1960, bem como várias tentativas falhadas, a última das quais em 2021, poucos dias antes da tomada de posse do agora Presidente deposto.
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