Os soldados russos mortos em combate na Ucrânia estão a ser "cremados quase continuamente" nos arredores de Melitopol, na região de Zaporíjia, denunciou a vice-ministra da Defesa ucraniana, Hanna Maliar.
Segundo a responsável, há "centenas de mortos todos os dias" do lado do inimigo e as forças russas "tentam esconder as perdas reais", realizando "enterros nos territórios temporariamente ocupados, sem transportar os restos mortais para a Rússia".
"Por exemplo, perto de Melitopol, na região de Zaporíjia, os corpos dos militares russos estão a ser cremados quase continuamente numa área aberta", denunciou na plataforma Telegram, acrescentando que os os "moradores locais sentem há muito tempo o cheiro acre característico".
Ainda de acordo com Maliar, as tropas russas estão também a levar os corpos dos soldados que morreram na região de Kherson para a morgue de um hospital, para serem posteriormente enterrados em dois locais, um dos quais com uma área de cerca de 100 hectares.
Sublinhe-se que o número de soldados russos mortos na Ucrânia não é conhecido. Em fevereiro, o Ministério da Defesa britânico estimou que entre 40 mil e 60 mil soldados russos tinham sido mortos nos primeiros 12 meses da guerra.
Já no mês passado, uma investigação do Meduza e do Mediazone - dois meios de comunicação social russos independentes - avançou que terão morrido cerca de 47 mil soldados.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo o presidente russo, Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que quase dez mil civis morreram e mais de 16 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
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