Abbas destitui 12 governadores regionais da Cisjordânia e da Faixa de Gaza
O Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, exonerou hoje oito governadores regionais da Cisjordânia ocupada e quatro da Faixa de Gaza, noticiou a agência oficial palestiniana Wafa.
© Reuters
Mundo Mahmud Abbas
Num decreto presidencial, Abbas anunciou a "saída" dos governadores de Jenin, Nablus, Qalquilya, Tulkarem, Belém, Hebron, Tubas, Jericó e Vale do Jordão, todas importantes localidades da Cisjordânia.
Além disso, comunicou também o cessar de funções dos governadores do norte da Faixa de Gaza e das cidades de Gaza -- a capital - e Jan Khunis e Rafah, também situadas no enclave, onde, no entanto, quem governa é o movimento islamista Hamas, e os governadores da Autoridade Palestiniana quase não têm poder.
"Sua excelência também emitiu um decreto para formar uma comissão presidencial, que incluirá uma série de personalidades proeminentes com competência para selecionar candidatos para os governos regionais vacantes e recomendá-los ao Presidente", acrescentou a Wafa.
Embora até agora não tenham sido divulgados os motivos desta decisão, a medida hoje anunciada surge num contexto de profunda instabilidade política na Cisjordânia ocupada, onde a Autoridade Palestiniana conta com escasso apoio por parte da população nas áreas exíguas onde governa.
"Claramente há autarcas que carecem de apoio, e parece que Abbas decidiu não lhes dar mais tempo", explicou o analista político palestiniano Hamada Haber, citado pela agência de notícias espanhola Efe.
"Creio que, com isto, Abbas pretende mostrar o seu poder e demonstrar que ainda detém o controlo", acrescentou Haber, considerando que a decisão hoje anunciada poderá estar relacionada com disputas de poder internas na Autoridade Palestiniana, comentando que "isso dependerá de quem for escolhido para substituir estes governadores".
A Autoridade Palestiniana, controlada pelo partido laico Fatah, e o Presidente Abbas arrastam-se há anos numa liderança fragilizada da população palestiniana, entre acusações de autoritarismo, nepotismo e corrupção, enquanto grupos armados de diferentes afiliações foram tomando o controlo de cada vez mais áreas na Cisjordânia, atraindo mais jovens para as suas fileiras.
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