Um responsável norte-americano revelou, esta sexta-feira, que tudo aponta para que as forças ucranianas não sejam capazes de reconquistar a cidade estratégica de Melitopol, no sudeste do país e que se encontra sob ocupação russa, no âmbito da contraofensiva em curso, reporta a Reuters.
A informação surge depois de, na quinta-feira, o exército ucraniano ter revelado que teve alguns avanços na frente sudeste dos seus esforços de guerra, avançando para além da vila de Urozhaine, recentemente libertada das tropas de Moscovo, numa tentativa de ganhar terreno em direção ao Mar de Azov.
O funcionário norte-americano citado, falando em condições de anonimato, citava um relatório de inteligência sobre Melitopol, que sustenta a visão de Washington de que a contraofensiva está a decorrer mais lentamente do que o esperado.
A mesma fonte acrescentou que, apesar do relatório e dos progressos limitados em direção a Melitopol, os Estados Unidos acreditavam que ainda era possível dar a volta a essas perspetivas menos positivas. A avaliação da situação em Melitopol foi inicialmente divulgada pelo Washington Post.
O conselheiro em matérias de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, recusou-se a comentar o assunto, mas afirmou que, desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022, foram feitas várias análises sobre a guerra na Ucrânia e que muitas delas mudaram à medida que a situação foi evoluindo.
A Rússia controla, de momento, quase um quinto da Ucrânia, incluindo a península da Crimeia, a maioria da região de Lugansk e grandes extensões das regiões de Donetsk, Zaporíjia e Kherson.
Desde o início da guerra, que se iniciou a 24 de fevereiro de 2022, os países da NATO e da União Europeia apressaram-se a disponibilizar apoio financeiro, militar e humanitário para ajudar a Ucrânia a fazer face à invasão da Rússia. O país invasor, por outro lado, foi alvo de pacotes de sanções consecutivos (e concertados) aplicados pelos parceiros de Kyiv.
Até agora, mais de nove mil civis já morreram, ao passo que mais de 16 mil ficaram feridos na sequência dos combates no terreno, segundo os cálculos da Organização das Nações Unidas (ONU).
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