UE insiste numa "investigação imparcial" sobre envenenamento de Navalny
A União Europeia (UE) voltou hoje a exigir, três anos após o caso, uma investigação imparcial sobre o envenenamento do opositor russo Alexei Navalny, que acusou o Presidente Vladimir Putin de ordenar o seu assassinato.
© Reuters
Mundo Rússia
"Três anos desde a tentativa de assassinato com um agente nervoso tóxico proibido", assinalou Peter Stano, porta-voz do alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, através da rede social X (antigo Twitter).
O porta-voz reiterou o apelo da UE para uma "investigação imparcial em total colaboração com a Organização para a Proibição de Armas Químicas".
Da mesma forma, apelou mais uma vez à "libertação imediata e incondicional" de Navalny e enfatizou que a Rússia "é responsável pela sua segurança".
Navalny foi intoxicado em 20 de agosto de 2020, quando voava da Sibéria para Moscovo, tendo a tripulação do avião decidido fazer uma aterragem de emergência na cidade russa de Omsk para que recebesse assistência médica.
Russia: 3y since @navalny assassination attempt w/banned toxic nerve agent #CWC. 🇪🇺repeats calls on 🇷🇺for impartial investigation in full cooperation w/ @OPCW;also for his immediate &unconditional release.🇷🇺 leadership is responsible for his safety https://t.co/3SNhZdzEg6
— Peter Stano (@ExtSpoxEU) August 20, 2023
Dois dias depois do internamento, foi transportado para Berlim, na Alemanha, para tratamento noutro hospital, no âmbito de uma iniciativa internacional. Ao regressar à Rússia, foi preso e condenado à prisão, em 2021.
Em setembro de 2020, o Governo alemão anunciou que os testes toxicológicos detetaram o agente do tipo Novichok, conhecido por ter sido desenvolvido por investigadores da ex-União Soviética e usado, por exemplo, no Reino Unido contra Sergei Skripal, um ex-espião russo.
Os resultados foram posteriormente confirmados de forma independente por três laboratórios especializados em França e na Suécia, bem como pela Organização para a Proibição de Armas Químicas.
Em poucos anos, Navalny, um duro crítico de Putin, passou de militante ultranacionalista a arauto do combate à corrupção e à guerra e a principal opositor ao Governo liderado por Vladimir Putin.
Em 04 de agosto deste ano, um tribunal russo condenou-o a 19 anos de prisão por "extremismo", a sua terceira e mais longa pena de prisão.
Navalny, condenado já em 2022 a nove anos de prisão por fraude num processo que classificou como vingança política, estava desde junho a ser julgado à porta fechada por "extremismo", no estabelecimento penitenciário IK-6 de Melekhovo, situado a 250 quilómetros a leste de Moscovo, onde se encontra a cumprir pena.
O opositor russo era desta vez acusado de ter criado uma "organização extremista".
O grupo que fundou, o Fundo Anticorrupção (FBK), já tinha sido encerrado pelas autoridades russas em 2021 por "extremismo", não só devido às suas atividades na denúncia de corrupção, como a declarações dos seus principais funcionários.
O político encontra-se há meses numa minúscula cela individual, também designada como "cela de castigo", por alegado incumprimento de normas disciplinares, como uma suposta falha em abotoar devidamente as suas roupas da prisão, apresentar-se adequadamente a um guarda ou lavar a cara a uma hora específica.
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