UE insiste numa "investigação imparcial" sobre envenenamento de Navalny

A União Europeia (UE) voltou hoje a exigir, três anos após o caso, uma investigação imparcial sobre o envenenamento do opositor russo Alexei Navalny, que acusou o Presidente Vladimir Putin de ordenar o seu assassinato.

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Lusa
20/08/2023 18:33 ‧ 20/08/2023 por Lusa

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Rússia

"Três anos desde a tentativa de assassinato com um agente nervoso tóxico proibido", assinalou Peter Stano, porta-voz do alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, através da rede social X (antigo Twitter).

O porta-voz reiterou o apelo da UE para uma "investigação imparcial em total colaboração com a Organização para a Proibição de Armas Químicas".

Da mesma forma, apelou mais uma vez à "libertação imediata e incondicional" de Navalny e enfatizou que a Rússia "é responsável pela sua segurança".

Navalny foi intoxicado em 20 de agosto de 2020, quando voava da Sibéria para Moscovo, tendo a tripulação do avião decidido fazer uma aterragem de emergência na cidade russa de Omsk para que recebesse assistência médica.

Dois dias depois do internamento, foi transportado para Berlim, na Alemanha, para tratamento noutro hospital, no âmbito de uma iniciativa internacional. Ao regressar à Rússia, foi preso e condenado à prisão, em 2021.

Em setembro de 2020, o Governo alemão anunciou que os testes toxicológicos detetaram o agente do tipo Novichok, conhecido por ter sido desenvolvido por investigadores da ex-União Soviética e usado, por exemplo, no Reino Unido contra Sergei Skripal, um ex-espião russo.

Os resultados foram posteriormente confirmados de forma independente por três laboratórios especializados em França e na Suécia, bem como pela Organização para a Proibição de Armas Químicas.

Em poucos anos, Navalny, um duro crítico de Putin, passou de militante ultranacionalista a arauto do combate à corrupção e à guerra e a principal opositor ao Governo liderado por Vladimir Putin.

Em 04 de agosto deste ano, um tribunal russo condenou-o a 19 anos de prisão por "extremismo", a sua terceira e mais longa pena de prisão.

Navalny, condenado já em 2022 a nove anos de prisão por fraude num processo que classificou como vingança política, estava desde junho a ser julgado à porta fechada por "extremismo", no estabelecimento penitenciário IK-6 de Melekhovo, situado a 250 quilómetros a leste de Moscovo, onde se encontra a cumprir pena.

O opositor russo era desta vez acusado de ter criado uma "organização extremista".

O grupo que fundou, o Fundo Anticorrupção (FBK), já tinha sido encerrado pelas autoridades russas em 2021 por "extremismo", não só devido às suas atividades na denúncia de corrupção, como a declarações dos seus principais funcionários.

O político encontra-se há meses numa minúscula cela individual, também designada como "cela de castigo", por alegado incumprimento de normas disciplinares, como uma suposta falha em abotoar devidamente as suas roupas da prisão, apresentar-se adequadamente a um guarda ou lavar a cara a uma hora específica.

Leia Também: EUA punem 4 agentes russos por envolvimento em envenenamento de Navalny

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