DeSantis no centro das atenções com Trump de fora do primeiro debate

O governador do Estado norte-americano da Florida, Ron DeSantis, prepara-se para ser "o centro dos ataques" no primeiro debate presidencial das primárias Republicanas, face à ausência do seu principal rival, o ex-presidente Donald Trump.

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Lusa
21/08/2023 16:27 ‧ 21/08/2023 por Lusa

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Eleições EUA

Num memorando enviado a doadores e principais apoiantes, o novo gestor de campanha de DeSantis, James Uthmeier, disse esperar que os outros candidatos Republicanos ataquem o governador com "acusações falsas".

"Estamos totalmente preparados para o governador DeSantis ser o centro de ataques e receber acusações falsas e desesperadas de outros candidatos e da imprensa tradicional. (...) O primeiro debate é a maior oportunidade de ganharem as manchetes atacando o governador", escreveu Uthmeier.

Por sua vez, o governador não tentará debater diretamente com candidatos menos votados, nem se concentrará em Trump, e, em vez disso, enfatizará a "sua visão de derrotar o Presidente Joe Biden e reverter o declínio americano e reviver o sonho americano", apontou a sua equipa de campanha.

DeSantis subirá ao palco no debate de quarta-feira com o estatuto de segundo classificado nas sondagens do partido, atrás de Donald Trump, que confirmou no fim de semana a sua ausência do debate, mas que deverá divulgar na mesma noite uma entrevista pré-gravada com o polémico ex-apresentador da Fox News Tucker Carlson.

Trump afirmou no domingo que não marcará presença no primeiro debate, nem nos restantes.

"O público sabe quem eu sou e que Presidência bem-sucedida tive", escreveu Trump na sua rede social.

"Então não farei debates", acrescentou.

O porta-voz de Donald Trump não esclareceu se o antigo presidente norte-americano planeia boicotar todos os debates das primárias ou apenas aqueles que estão agendados.

O ex-presidente e antigo líder do Partido Republicano disse durante meses que via poucas vantagens em se juntar aos seus rivais Republicanos no palco quando se reunissem pela primeira vez em Milwaukee, na quarta-feira, dada a sua liderança na corrida.

"Por que permitiria eu que as pessoas com 1 ou 2% e 0% me batessem com perguntas a noite toda?" disse, numa entrevista em junho com o apresentador da Fox News, Bret Baier, que atuará como moderador.

Trump também criticou repetidamente a Fox, anfitriã do evento no horário nobre de 23 de agosto, insistindo que é uma "rede hostil" que acredita que não o tratará com justiça.

O ex-governador de Nova Jérsia Chris Christie, um dos poucos candidatos Republicanos dispostos a enfrentar Trump diretamente, acusou o magnata de não ter "coragem para aparecer" e chamou-se de "covarde" se não o fizer.

Com Trump potencialmente fora dos debates, o centro dos ataques passará a ser o 'número dois' da corrida - Ron DeSantis -, assim como o atual Presidente dos Estados Unidos e candidato Democrata à reeleição, Joe Biden.

A lista de candidatos apurados para o debate de duas horas será finalizada apenas hoje, mas espera-se que inclua, além de DeSantis, o ex-vice-presidente Mike Pence, a ex-governadora da Carolina do Sul Nikki Haley, o senador da Carolina do Sul Tim Scott, o governador da Dakota do Norte Doug Burgum, o ex-governador do Arkansas Asa Hutchinson, e o empresário Vivek Ramaswamy.

Para se qualificarem para o debate de 23 de agosto, os candidatos precisam de atender aos requisitos de votação e donativos estabelecidos pelo Comité Nacional Republicano: pelo menos 1% das intenções de voto em três sondagens nacionais de alta qualidade ou uma mistura de sondagens nacionais e estaduais; e um mínimo de 40.000 doadores - incluindo 200 em pelo menos 20 estados.

Para subir ao palco, os candidatos devem ainda comprometer-se em apoiar o candidato final do partido.

Quando os candidatos Republicanos se reunirem para o seu primeiro debate em Milwaukee, os holofotes não estarão apenas sobre eles, mas também sobre o papel do estado do Wisconsin no campo de batalha.

Os Republicanos escolheram Milwaukee - cidade do Wisconsin - para o primeiro debate e para a convenção nacional em grande parte devido ao merecido estatuto de 'Swing state', ou 'Estado pendular', que oscila entre Democratas e Republicanos e é importante no resultado final de uma eleição presidencial. 

Quatro das últimas seis eleições presidenciais foram decididas por menos de um ponto percentual em Wisconsin, com Donald Trump a vencer por pouco em 2016, antes de perder por uma margem semelhante em 2020.

Espera-se que o Wisconsin volte a ser uma das maiores disputas nas eleições gerais.

Trata-se de uma distinção mantida por um número cada vez menor de Estados, com outros como Ohio e Florida a tornarem-se mais solidamente Republicanos e Virgínia e Colorado mais Democratas.

Geórgia, Arizona, Pensilvânia e Nevada são outros dos 'Estado pendulares' mais competitivos que podem decidir a Presidência norte-americana.

Leia Também: DeSantis admite que "é claro" que Trump perdeu eleições de 2020

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