EUA pedem investigação saudita a alegações de homicídio de migrantes

Os Estados Unidos da América (EUA) pediram hoje uma investigação da Arábia Saudita a informações da organização não-governamental Human Rights Watch (HRW) de que guardas de fronteira sauditas mataram centenas de migrantes etíopes.

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Lusa
21/08/2023 18:38 ‧ 21/08/2023 por Lusa

Mundo

Arábia Saudita

"Levantamos perante o Governo saudita as nossas preocupações sobre essas alegações", disse um porta-voz do Departamento de Estado.

"Pedimos às autoridades sauditas que conduzam uma investigação completa e transparente e que respeitem as suas obrigações ao abrigo do direito internacional", acrescentou.

Os guardas de fronteira implicados no relatório não foram treinados pelos EUA e não receberam fundos do Governo norte-americano, garantiu o Departamento de Estado.

Washington é um parceiro de longa data da Arábia Saudita, uma monarquia rica em petróleo, mas os direitos humanos são um ponto delicado das relações bilaterais, o que tem levado o Governo de Joe Biden a criticar certas ações de Riade enquanto procura fortalecer o seu relacionamento.

No novo relatório, a HRW disse que guardas de fronteira sauditas dispararam contra etíopes que cruzavam a fronteira saudita-iemenita, matando centenas.

As autoridades sauditas alegaram que essas acusações eram "infundadas" e "não baseadas em fontes confiáveis".

Também a Organização das Nações Unidas (ONU) se pronunciou hoje sobre o relatório da HRW, classificando-o de "muito perturbador", mas frisando que é difícil "confirmar" essas alegações.

O relatório faz "acusações muito graves", disse Stéphane Dujarric, o porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres.

"Sei que o nosso gabinete de Direitos Humanos está ciente da situação e manteve contactos, mas é muito difícil para eles confirmar a situação na fronteira", disse Dujarric, sublinhando que, em geral, "impedir migrações com o cano de uma arma é intolerável".

Organizações não-governamentais regularmente acusam Riade de investir em grandes eventos desportivos e culturais para "desviar a atenção" das graves violações dos direitos humanos e da crise humanitária no Iémen, onde o exército saudita está envolvido.

O assassínio "generalizado e sistemático" de migrantes etíopes pode até constituir um crime contra a humanidade, acredita a HRW.

No ano passado, especialistas da ONU relataram "alegações preocupantes" de que "o fogo de artilharia transfronteiriço e o fogo de armas das forças de segurança sauditas mataram cerca de 430 migrantes" no sul da Arábia Saudita e no norte do Iémen durante os primeiros quatro meses de 2022.

Leia Também: ONG acusa Arábia Saudita da morte de migrantes na fronteira com Iémen

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