Lula defende oportunidade "única" para os BRICS em nova ordem solidária

O Presidente do Brasil, Lula da Silva, defendeu hoje, na África do Sul, que o grupo BRICS tem uma oportunidade única na construção de um futuro global mais solidário.

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Lusa
22/08/2023 19:38 ‧ 22/08/2023 por Lusa

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O grupo "BRICS tem uma chance única de moldar a trajetória do desenvolvimento global", afirmou Lula da Silva. "Nossos países, reunidos, representam um terço da economia mundial".

Falando após o Fórum Empresarial antes do início oficial da 15.ª Cimeira dos chefes de Estado dos BRICS, que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o presidente brasileiro defendeu também o combate contra a insegurança alimentar, à fome, ás desigualdades, e alterações climáticas.

"O Brasil e vários países africanos possuem planos abrangentes de renovação de suas matrizes energéticas", frisou, sublinhando que "África é a região do mundo que "menos" emite gases do efeito estufa".

"Nem por isso deixa de enfrentar as consequências mais perversas do aquecimento global, como secas, inundações, incêndios e ciclones", adiantou o chefe de Estado brasileiro.

Nesse sentido, o líder sul-americano frisou que "compartilhamos a responsabilidade de cuidar de florestas tropicais e preservar a biodiversidade", acrescentando que "temos em comum a preocupação de combater processos de desertificação".

Na sua intervenção, após a do seu homólogo anfitrião, Cyril Ramaphosa, o presidente do Brasil, Lula da Silva, considerou hoje na África do Sul que a inovação agrícola brasileira pode ser replicada em todo o continente africano.

Sobre o comércio entre a África e o Brasil, o presidente brasileiro referiu que "caiu significativamente desde 2013 quando era quase 30 mil milhões de dólares (1,4 mil milhões de dólares)", sublinhando, todavia, que "há muito espaço para crescer".

"O Brasil está de volta ao continente de que nunca deveria ter se afastado", vincou.

Lula da Silva apontou que o continente africano "está construindo um ambicioso projeto de zona de livre comércio", destacando que: "Neste continente, que é o mais jovem do mundo e será o mais populoso em 2100, são inúmeras as oportunidades para produtos brasileiros como alimentos e bebidas, petróleo, minério de ferro, veículos e manufaturas de ferro e aço", frisou.

Sobre o posicionamento mundial do bloco, o chefe de Estado brasileiro defendeu que o grupo de economias BRICS proporciona "uma solução melhor para os sistemas financeiros globais".

"Já ultrapassamos o G7, e respondemos por 32% do PIB mundial em paridade do poder de compra", adiantou.

Citando dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), Lula da Silva salientou que os países industrializados devem desacelerar o seu crescimento de 2.7%, em 2022, para 1.4% em 2024, sendo o crescimento previsto para os países em desenvolvimento de 4% neste ano e em 2024.

"Isso mostra que o dinamismo da economia está no Sul Global e o BRICS é sua força motriz", vincou.

De acordo com o líder sul-americano, o comércio total do Brasil com o BRICS aumentou de 48 mil milhões de dólares (2,3 mil milhões de dólares) em 2009 para 178 mil milhões (8,5 mil milhões de euros) em 2022 -- um crescimento de 370% desde a criação do grupo.

Lula da Silva indicou que existem atualmente 400 empresas dos países BRICS a operar no Brasil, avançando que espera mobilizar "milhares de milhões" para melhorar a infraestrutura e a tecnologia do hidrogénio verde.

"Esperamos mobilizar 340 bilhões de dólares (16,3 mil milhões de euros) para a modernização de nossa infraestrutura logística, com investimentos em rodovias, ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos", declarou.

"Para que o investimento cresça, precisamos de garantir maior previsibilidade e certezas políticas para a comunidade empresarial", adiantou.

Leia Também: Rússia "a favor" de "cooperação mais estreita" no âmbito dos BRICS

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