Bielorrússia declara organização liderada por Nobel como extremista
O Governo bielorrusso declarou como extremista a organização de direitos humanos Viasna, cujo diretor foi condenado em março a 10 anos de prisão, anunciou hoje o Ministério do Interior em Minsk.
© ANDERS WIKLUND/TT News Agency/AFP via Getty Images
Mundo Bielorrússia
Ales Bialiatski, prémio Nobel da Paz em 2022, fundou a Viasna (Primavera) na Bielorrússia em 1996, para ajudar presos políticos e as suas famílias, na sequência da repressão do regime do Presidente Alexander Lukashenko.
O ministério disse que a Viasna, a principal organização bielorrussa de defesa dos direitos humanos, foi declarada extremista por "preparar atividades para minar a soberania e a segurança pública da Bielorrússia".
A organização também foi acusada de "desprestigiar e desacreditar funcionários" do Estado, segundo a agência espanhola EFE.
As atividades da Viasna e de todas as suas filiais foram proibidas no território da Bielorrússia, acrescentou o ministério, citado pela agência estatal bielorrussa Belta.
Em julho, o centro Viasna foi galardoado com o Prémio das Nações Unidas para os Direitos Humanos 2023.
Ales Bialiatski, 60 anos, foi distinguido com o prémio Nobel da Paz em 2022, juntamente com as organizações de defesa dos direitos humanos Memorial, da Rússia, e Centro de Liberdades Civis, da Ucrânia.
O comité Nobel norueguês destacou, na altura, que o regime de Lukashenko tentou silenciar Bialiatski por documentar "os abusos cometidos pelas autoridades contra os presos políticos e a sua tortura".
Bialiatski já tinha sido condenado em 2011 por alegada evasão fiscal, mas foi libertado três anos depois.
Foi novamente preso em junho de 2021, na sequência das manifestações contra Lukashenko que eclodiram após as eleições de agosto de 2020.
A oposição bielorrussa afirmou categoricamente que houve fraudes nas eleições que possibilitaram um novo mandato de Lukashenko, no poder desde 1994.
Os protestos de 2020 persistiram por vários meses, atingindo grande parte da Bielorrússia, e as autoridades tomaram medidas duras de repressão.
Mais de 35.000 pessoas foram detidas e milhares de manifestantes foram espancados pela polícia.
As acusações contra Bialiatski e outros membros da Viasna estavam relacionadas com o fornecimento de dinheiro a presos políticos e ajuda nos pagamentos de honorários a advogados.
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