Navalny decorou e recitou "I have a dream" cerca de 200 vezes na prisão

O opositor russo assinalou o 60.º aniversário do discurso de 17 minutos de Martin Luther King Jr, que considera ser uma "mais-valia para toda a humanidade".

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Notícias ao Minuto
28/08/2023 11:36 ‧ 28/08/2023 por Notícias ao Minuto

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O opositor russo Alexei Navalny, que se encontra preso numa prisão de alta segurança na Rússia, assinalou, esta segunda-feira, o 60.º aniversário do discurso intitulado "I have a dream" ("Eu tenho um sonho", em português) de Martin Luther King Jr. e revelou que o decorou e pronunciou cerca de 200 vezes enquanto estava na solitária.

"Décadas e milhares de quilómetros separam-me da Marcha sobre Washington para o Emprego e a Liberdade, neste dia de 1963. No entanto, nos últimos seis meses, este acontecimento histórico tornou-se tão próximo de mim que, por vezes, parece-me que estive lá", começou por contar na rede social X (antigo Twitter).

Navalny contou que se "quando se está sentado numa cela solitária sem papel e sem caneta, tenta-se aprender algo de cor". E, por isso, memorizou o discurso de Martin Luther King Jr, que tem uma duração de 17 minutos.

"Pronunciei-o, andando à volta da cela, penso eu, cerca de duzentas vezes. Cada vez que o faço, admiro-o como da primeira vez e não me canso de o fazer", revelou.

"O discurso dirige-se aos americanos e é dedicado à política americana. Este discurso, assim como o próprio King, é certamente uma mais-valia para toda a humanidade. Parabéns a todos pelo aniversário de ter os dois", acrescentou.

Sublinhe-se que o opositor do regime do presidente russo estava a cumprir pena em liberdade condicional após ter sido acusado de fraude – uma acusação que diz ter sido fabricada – quando foi envenenado com um agente neurotóxico do tipo Novitchok, em agosto de 2020.

Após aquela que considera ser uma tentativa de assassinato por parte do Kremlin, o opositor de 47 anos foi transferido, a pedido da mulher, da Sibéria para a Alemanha para recuperar. Foi detido ao voltar para a Rússia, a 17 de janeiro de 2021. 

Inicialmente, recebeu uma sentença de dois anos e meio de prisão por violação da liberdade condicional, mas, no ano passado, foi condenado a nove anos de prisão por "fraude" e "desrespeito do tribunal". Este mês, somaram-se mais 19 pelo crime de extremismo. 

Leia Também: Milhares de pessoas marcham em Washington nos 60 anos de "I have a dream"

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