Até hoje, 107.530 migrantes tinham desembarcado em Itália segundo dados oficiais do Ministério do Interior, mais do dobro do que no mesmo período de 2022 (52.954), e a chefe do Governo afirmou que o país está a viver "uma pressão migratória" superior à de anos anteriores, também por causa de "acontecimentos, recentes e não tão recentes" na região africana do Sahel.
"Os dados dizem que há um forte aumento em relação ao ano anterior mesmo que, lendo os números com cuidado, haja um abrandamento na subida dos fluxos migratórios. Os procedimentos tomados pelo Governo são os corretos", disse, citada pela ANSA.
Na segunda-feira, o único centro de acolhimento de Lampedusa, a ilha italiana mais a sul, com capacidade para 400 pessoas, recebeu 3.893 migrantes transportados em 53 barcos.
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Itália pediu, no domingo, à União Europeia (UE) que intervenha para evitar que a deterioração da situação internacional provoque a chegada de mais migrantes e refugiados à Europa.
"A situação internacional está a deteriorar-se, obrigando as pessoas a abandonar África e a procurar um lugar na Europa através das rotas dos Balcãs e do mar Mediterrâneo", disse António Tajani, à Rainews24.
"Estamos a agir para controlar a situação, mas é necessária uma ação por parte da UE, conforme foi solicitado pelo (Presidente italiano, Sergio) Mattarella, porque a situação é objetivamente complicada", acrescentou o também vice-primeiro-ministro de Itália.
António Tajani considerou ainda "necessária uma estratégia europeia em todo o continente africano", perante o que considera o "risco de que cada vez mais migrantes se dirijam do sul para o norte".
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