O acordo surge num momento em que os Estados Unidos e a China procuram expandir a influência no Pacífico e foi assinado na sequência de apelos de Palau para que Washington ajudasse a deter as "atividades indesejadas" de Pequim nas suas águas costeiras.
Segundo o acordo, concluído há uma semana, os navios da Guarda Costeira dos Estados Unidos podem fazer cumprir os regulamentos dentro da zona económica exclusiva de Palau em nome da nação sem a presença de um oficial palauense.
"Este acordo ajuda Palau a controlar a nossa zona económica exclusiva", afirmou o Presidente de Palau, Surangel Whipps Jr., citado num comunicado da Guarda Costeira norte-americana.
Whipps precisou que o acordo permitirá proteger o país contra a pesca ilegal e dissuadir "navios não convidados de efetuar manobras duvidosas" nas águas de Palau.
"É este tipo de parcerias que nos ajuda a trabalhar para o nosso objetivo comum de paz e prosperidade na região", acrescentou, segundo a agência norte-americana AP.
A declaração não menciona a China, mas em junho, Whipps disse a jornalistas em Tóquio que três navios chineses tinham entrado "sem convite" nas águas de Palau desde que assumiu o cargo em 2021.
Whipps aludiu na altura à necessidade de um maior apoio dos Estados Unidos para reforçar a dissuasão de movimentos assertivos da China na região.
As tensões têm vindo a aumentar na região da Ásia-Pacífico, onde a China mantém disputas territoriais de longa data com países como as Filipinas, o Vietname, a Malásia, Taiwan e o Brunei.
Em junho, Whipps acusou a China de realizar atividades de prospeção nas águas de Palau e sugeriu que o país poderia estar a ser punido devido à posição em relação a Taiwan.
Palau é um dos poucos países que reconhecem Taiwan e mantêm relações diplomáticas com a ilha, que se separou da China continental durante uma guerra civil em 1949 e estabeleceu um governo rival dos comunistas vitoriosos em Pequim.
Noutras partes do Pacífico, o governo das Ilhas Salomão foi persuadido a mudar o reconhecimento diplomático de Taiwan para a China em 2019.
Desde então, as Ilhas Salomão assinaram um pacto de segurança secreto com a China que suscitou preocupações de que poderia dar a Pequim uma posição militar no Pacífico Sul, segundo a AP.
Os Estados Unidos contra-atacaram com medidas diplomáticas próprias, incluindo a abertura de uma embaixada nas Ilhas Salomão.
O acordo com Palau é semelhante a um concluído com os Estados Federados da Micronésia no final de 2022.
Os Estados Unidos também assinaram um acordo de defesa bilateral com a Papua Nova Guiné em maio.
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