"O Japão apoia a importância crucial e a unidade da ASEAN, e a abertura, transparência e inclusão do Indo-Pacífico", disse Fumio Kishida durante um discurso em Jacarta, durante a cimeira da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e do Japão, na capital indonésia, Jacarta.
Na primeira de várias reuniões da ASEAN com parceiros regionais, o anfitrião, o Presidente indonésio, Joko Widodo, considerou a parceria com o Japão "uma cooperação que é mutuamente benéfica" e defendeu a sua ampliação.
"A ASEAN e o Japão concordaram em formar uma parceria estratégica abrangente que não seja apenas cerimonial, mas que assuma a forma de uma cooperação concreta que seja mutuamente benéfica", afirmou.
Jokowi considerou o Japão um dos parceiros mais ativos da ASEAN e um apoiante fundamental da visão da ASEAN sobre o Indo-Pacífico (AOIP), apelando a Tóquio para que tenha um papel mais ativo, especialmente no reforço das infraestruturas regionais.
Em concreto, disse, a ASEAN necessita de investimentos em infraestruturas de 184 mil milhões de dólares por ano, aspeto em que o Japão poderia ter um papel crucial, especialmente no que toca à conectividade e a infraestruturas verdes.
Já o líder japonês defendeu no seu discurso "promover o Estado de direito" e reforçar os laços com a ASEAN, aumentando os investimentos nesta área através de uma nova iniciativa para a conectividade de ambos os lados.
Disse ainda que apoia a "transição energética da ASEAN" e o seu programa para combater as alterações climáticas.
A posição do Japão é crucial numa altura em que se mantém a tensão entre alguns dos estados-membros da ASEAN e a China, especialmente no que toca às disputas territoriais no Mar do Sul da China.
Antes da cimeira de hoje, e intervindo no Fórum ASEAN Indo-Pacífico, Kishida referiu-se a intenções de reforço da cooperação com a ASEAN em áreas concretas, nomeadamente política, segurança, economia, cultural, sociedade e proteção e patrulhamento marítimo.
Entre as medidas, anunciou assistência para a formação de pessoal das agências de segurança marítima e da polícia marítima da ASEAN, inclusive para aumentar a capacidade de aplicação da lei marítima.
Estão em Jacarta líderes de 22 países, incluindo Timor-Leste, que tem o estatuto de observador na ASEAN e que deverá assumir o lugar de 11º. Estado-membro em 2025.
Intervindo na cimeira de hoje, o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, mostrou-se confiante no reforço dos laços entre a ASEAN e o Japão, aproveitando para agradecer o apoio que aquele país tem dado a Timor-Leste.
"Gostaria de aproveitar esta oportunidade para reconhecer a assistência a longo prazo do Japão no apoio aos objetivos de Timor-Leste de melhorar as infraestruturas e diversificar a nossa economia", afirmou o líder timorense.
"O Japão também tem apoiado consistentemente os nossos esforços para aderir à ASEAN e está a prestar assistência no que diz respeito ao desenvolvimento de recursos humanos", disse ainda.
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