"Trata-se de uma ameaça existencial que pode ser atingida", disse Yoon Suk-yeol sobre o desenvolvimento nuclear e de mísseis da Coreia do Norte, ao intervir na cimeira da Ásia Oriental, em Jacarta.
A ameaça da Coreia do Norte "visa todos os países presentes na reunião de hoje", afirmou, citado pela agência sul-coreana Yonhap.
Participam na reunião nove países da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), China, Rússia, Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul, Austrália, Índia e Nova Zelândia.
A China está representada na reunião pelo primeiro-ministro, Li Chang, e a Rússia pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, dada a ausência dos respetivos presidentes, Xi Jinping e Vladimir Putin.
"Temos de mostrar claramente que a determinação da comunidade internacional em travar o desenvolvimento nuclear da Coreia do Norte é muito mais forte do que a sua vontade", disse o líder sul-coreano.
Yoon referiu, nesse sentido, que a responsabilidade dos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU que aprovaram as resoluções contra Pyongyang "é ainda maior".
"É pesada", reforçou, no que foi entendido como uma alusão à Rússia e à China, dois países próximos da Coreia do Norte.
Yoon já tinha criticado na quarta-feira a possibilidade de uma reunião entre Putin e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, que os Estados Unidos disseram que poderá realizar-se na Rússia no final do mês.
Segundo Washington, a Rússia e a Coreia do Norte têm estado a negociar um acordo sobre troca de armamento.
Moscovo pretende obter projéteis de artilharia e mísseis antitanque, enquanto Pyongyang necessita de tecnologia de ponta para satélites e submarinos nucleares, bem como de ajuda alimentar.
O Kremlin (Presidência russa) recusou-se na terça-feira a confirmar um eventual encontro entre Kim e Putin.
A China anunciou hoje o envio de uma delegação liderada pelo vice-primeiro-ministro, Liu Guozhong, a Pyongyang para participar, no sábado, nas comemorações do 75.º aniversário da fundação da Coreia do Norte.
O ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, reuniu-se com Kim em Pyongyang, onde esteve no final de julho para assistir às cerimónias do 70.º aniversário do armistício da Guerra da Coreia (1950-1953).
Shoigu anunciou na segunda-feira que a Rússia e a Coreia do Norte estão a discutir a possibilidade de organizar exercícios militares conjuntos.
Desde que iniciou a guerra contra a Ucrânia, em 24 em fevereiro de 2022, a Rússia é alvo de sanções ocidentais que tem tentado contornar através de países seus aliados.
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