Charles Michel reuniu-se com o primeiro-ministro da China, Li Qiang, à margem da Cimeira do G20 em Nova Deli, na Índia, tendo abordado "as consequências globais da agressão da Rússia contra a Ucrânia, especialmente a segurança alimentar e energética", refere o Conselho Europeu, em comunicado.
"o presidente Michel congratulou-se com a condenação da China da ameaça de utilização de armas nucleares e observou que a China, enquanto membro do Conselho de Segurança da ONU, tem uma responsabilidade especial de garantir a paz e a estabilidade globais, assim como o respeito pelo direito internacional", precisa o comunicado.
Segundo o Conselho Europeu, a União Europeia e a China são parceiros comerciais e económicos importantes e vão continuar "a assegurar que esta relação seja equilibrada, recíproca e mutuamente benéfica".
"A UE continuará a abordar as vulnerabilidades críticas e a diversificar-se sempre que necessário e adequado, sem prejudicar os interesses económicos cruciais", sublinha o comunicado.
Charles Michel confirmou também que a política de uma só China é "um princípio fundamental" da relação UE-Pequim.
"Ao mesmo tempo, a UE tem naturalmente laços económicos com Taiwan", lê-se no comunicado.
Durante o encontro com Li Qiang, o presidente do Conselho Europeu confirmou "o interesse comum" na realizaçao de uma cimeira UE-China "até ao final do ano" e expressou a "importância" da realização de diálogos setoriais de alto nível antes dessa reunião, como o 10.º Diálogo Económico e Comercial de Alto Nível UE-China, o Diálogo Estratégico sobre Política Externa e o Diálogo Digital.
"Os diálogos de alto nível têm um papel importante a desempenhar na obtenção de resultados significativos para a cimeira", refere o comunicado.
Charles Michel manifestou igualmente que "o diálogo político de alto nível é útil e necessário para promover a compreensão mútua e enfrentar os vários desafios no contexto das relações bilaterais, mas também no contexto de questões mais globais".
Para o Conselho Europeu, a União Europeia "é um projeto político assente em valores e princípios que são caros, como a democracia, os direitos humanos e a dignidade humana", sendo esses valores que norteiam a ação internacional da UE.
"A UE e a China precisam de trabalhar em conjunto para enfrentar os desafios globais, como a luta contra as alterações climáticas, as pandemias e os desafios da economia global, especialmente o alívio da dívida", sublinha o comunicado.
A nota indica ainda que ambos os políticos "confirmaram o interesse em manter relações estáveis e construtivas".
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