Mais de 60 países exigem esclarecimentos sobre programa nuclear do Irão

Mais de 60 países exigiram hoje explicações ao Irão sobre os avanços do seu polémico programa nuclear, incluindo pormenores sobre a origem de vestígios radioativos encontrados em duas instalações declaradas pela República Islâmica como não-nucleares.

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Lusa
13/09/2023 19:08 ‧ 13/09/2023 por Lusa

Mundo

Irão

Numa declaração conjunta apresentada por Estados Unidos, França, Alemanha e Reino Unido durante uma reunião do Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), a agência nuclear da ONU, em Viena, os 63 Estados sublinharam a "necessidade urgente" de o Irão "esclarecer e clarificar de forma satisfatória" todas as questões pendentes na investigação.

O Irão deve fornecer "respostas tecnicamente credíveis" aos inspetores da AIEA, como exige o seu acordo de salvaguardas, "para responder às legítimas perguntas da agência", lê-se no documento.

Entre os países que subscreveram a declaração, estão todos os Estados-membros da União Europeia, as principais potências ocidentais, outras regionais, como Arábia Saudita, Turquia e Emirados Árabes Unidos, e também alguns países latino-americanos como Chile, Colômbia, Costa Rica e Equador.

A declaração faz um apelo ao Irão para que aja de imediato no sentido de cumprir as suas obrigações legais relativamente ao material nuclear detetado em lugares não-declarados como atómicos no seu território.

Além disso, o documento exige que Teerão esclareça a discrepância entre a quantidade de material nuclear cuja existência foi verificada pela organização numas grandes instalações de enriquecimento de urânio e a quantidade declarada pelo país.

Ao contrário de anteriores reuniões do Conselho de Governadores, o órgão executivo da agência nuclear, as potências ocidentais não apresentaram desta vez uma resolução, mas apenas esta invulgar declaração conjunta, com o apoio de dezenas de países.

Antes da reunião do conselho, fontes diplomáticas explicaram que, perante a inação do Irão após as últimas resoluções, as potências ocidentais quiseram "enviar uma mensagem diferente" àquele país e seus aliados, como China e Rússia.

O Irão vem desde há meses aumentando a sua produção de urânio enriquecido, com níveis próximos do necessário para a construção de bombas atómicas.

A declaração de hoje surge num momento delicado entre Washington e Teerão - que desde 1979 não mantêm relações diplomáticas -, já que se encontram na reta final para a assinatura de um acordo que prevê a libertação de presos nos respetivos países.

Leia Também: Taremi responde ao Sporting: "Um insulto racista ao povo do Irão"

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