"Não foi assinado nenhum acordo, e isso não estava previsto", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, aos jornalistas em Moscovo, citado pela agência francesa AFP.
Os Estados Unidos disseram suspeitar que a Rússia quer comprar armas a Pyongyang para usar na guerra contra a Ucrânia, enquanto a Coreia do Norte quer adquirir tecnologias para os programas nuclear e de mísseis.
Washington advertiu Pyongyang de que sofrerá consequências se contribuir para o esforço de guerra da Rússia na Ucrânia.
O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, reuniu-se com Kim Jong-un na quarta-feira no cosmódromo de Vostochny, no extremo oriente russo.
Putin, que recebeu hoje o Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, na cidade russa de Sochi, afirmou que a Rússia e a Coreia do Norte não representam qualquer ameaça para ninguém.
"Nós não criamos ameaças a ninguém. As maiores ameaças que se criam atualmente no mundo são criadas pelas elites dirigentes atuais", afirmou aos jornalistas, citado pela agência russa Interfax.
Putin admitiu que "há certas características associadas à Península da Coreia", numa alusão às sanções internacionais, que apoiou no Conselho de Segurança da ONU, decretadas contra o programa nuclear norte-coreano.
"Estamos a discutir isso, a discuti-lo abertamente, nunca violamos nada e, neste caso, não vamos violar nada. Mas, como é óbvio, procuraremos oportunidades para o desenvolvimento das relações entre a Rússia e a Coreia do Norte", afirmou.
"A Coreia é nossa vizinha, temos de construir boas relações de vizinhança com os nossos vizinhos, de uma forma ou de outra", acrescentou o líder russo.
Kim Jong-un, que efetua uma rara visita a um país estrangeiro, mostrou-se confiante na vitória da "Grande Rússia" na Ucrânia após as conversações com Putin.
"Estou convencido de que o heroico exército e o povo russo, que herdaram brilhantemente as tradições de vitória, demonstrarão dignidade e honra em duas frentes: na operação militar especial e na construção de um Estado forte", disse Kim.
A Rússia designa oficialmente a invasão da Ucrânia, que iniciou em 24 de fevereiro de 2022, como uma "operação militar especial".
Kim partiu hoje para Vladivostok, onde deverá assistir no sábado a uma demonstração das capacidades militares da Frota do Pacífico, depois de ter visitado fábricas de aviões de combate em Komsomolsk-on-Amur, no leste da Rússia.
[Notícia atualizada às 12h06]
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