Moçambique. Comandante desmente tentativas de assassinato de autarcas

O comandante-geral da polícia moçambicana, Bernardino Rafael, demarcou-se das acusações de tentativa de assassinato feitas por dois autarcas do principal partido da oposição em Moçambique. 

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Lusa
18/09/2023 19:07 ‧ 18/09/2023 por Lusa

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Moçambique

"Deixem aqueles políticos, eles querem transformar a polícia em oposição. Esses não têm manifesto certo, querem se vitimar. A polícia quer assassinar a quem, para ganhar o quê", questionou Bernardino Rafael, citado hoje pela imprensa local.

Em causa está a denúncia, primeiro, do presidente do Conselho Municipal da Cidade de Nampula, Paulo Vahanle, do dia 24 de agosto, que acusou um membro da Unidade de Proteção de Altas Individualidades, à paisana, de o tentar eliminar durante um evento público, uma versão desmentida pela polícia, que alega que o agente em causa estava em missão de serviço.

Duas semanas depois, o presidente do Conselho Municipal de Quelimane, na Zambézia, centro de Moçambique, Manuel de Araújo, também denunciou, nas suas redes sociais, uma alegada tentativa de assassinato supostamente protagonizada por um agente da polícia.

Os autarcas que fizeram as acusações à polícia são candidatos pela Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido de oposição, nos mesmos municípios, às eleições autárquicas de 11 de outubro.

O presidente da Renamo, Ossufo Momade, ameaçou "parar o país" caso um membro daquele partido seja morto, dias após o autarca de Nampula denunciar a alegada tentativa de homicídio.   

"Se um dos elementos da Renamo for assassinado nós vamos fazer parar este país. Temos essa força", declarou Ossufo Momade, citado hoje pela comunicação social local.

O comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM) reiterou que a corporação "não quer matar a ninguém", referindo que falar mal da polícia é uma perda de tempo e que os agentes servem os moçambicanos.

Fazendo menção às eleições, Bernardino Rafael lembrou que os agentes da PRM também são eleitores, alertando para a perda de votos devido às ofensas.

"Com tanto polícia, você ofende um, perdeu quantos votos? São políticos que não têm visão para si próprios, isso é [o mesmo que] cortar-se a própria perna. Nós somos da segurança pública simplesmente, mas atenção que somos votantes", referiu o comandante-geral.

Bernardino Rafael reiterou que a corporação vai cumprir os seus planos e agenda de proteção das caravanas e dos candidatos durante a campanha para as eleições autárquicas.

"O que nós queremos é que os políticos se aproximem e nos digam o programa deles e vamos lá ao seu encontro", concluiu.

Mais de 11.500 candidatos, de 11 partidos políticos, três coligações de partidos e oito grupos de cidadãos, foram admitidos pela Comissão Nacional de Eleições às autárquicas de 11 de outubro próximo, cuja campanha eleitoral vai decorrer de 26 de setembro a 08 de outubro.

Mais de 8,7 milhões de eleitores moçambicanos estão inscritos para votar nas sextas eleições autárquicas, abaixo da projeção inicial, de 9,8 milhões de votantes, segundo dados anteriores da CNE.

Os eleitores moçambicanos vão escolher 65 novos autarcas em 11 de outubro, incluindo em 12 novas autarquias, que se juntam às 53 já existentes.

Leia Também: Moçambique. Chissano defende coesão para evitar recrutamento de jovens

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