"Tomamos nota do último anúncio do Ministério da Defesa do Azerbaijão de que foi alcançado um acordo para um cessar-fogo e a cessação da hostilidade. Esperamos que este acordo tenha seguimento no terreno e a cessação imediata das hostilidades", declarou o porta-voz da Comissão Europeia para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Peter Stano.
Questionado na conferência de imprensa da instituição, em Bruxelas, sobre os últimos desenvolvimentos, o responsável acrescentou esperar que "o Azerbaijão cesse as atuais atividades militares".
"Naturalmente, é muito importante que esta operação militar atual não seja utilizada como pretexto para forçar o êxodo da população local [...] e é também importante que se retome urgentemente o diálogo significativo, honesto e genuíno", apelou.
Peter Stano disse ainda que a UE "está a acompanhar a situação de muito perto", nomeadamente o anúncio de que as primeiras conversações sobre a reintegração do território no Azerbaijão ocorrerão na quinta-feira, na cidade azeri de Yevlakh.
O acordo de cessar-fogo, confirmado pelo Azerbaijão, entrou em vigor às 13:00 locais (10:00 em Lisboa) e foi proposto pela força de manutenção da paz que a Rússia mantém em Nagorno-Karabakh desde 2020.
Na quinta-feira, na mesa de negociações, vão estar representantes da população arménia local e representantes das autoridades do Azerbaijão.
O Azerbaijão lançou uma ofensiva em Nagorno-Karabakh na terça-feira, horas depois de seis azeris, incluindo quatro polícias, terem morrido na explosão de minas no território que disputa com separatistas arménios.
Os separatistas disseram que a ofensiva do Azerbaijão provocou 32 mortos e mais de 200 feridos.
Ao lançara ofensiva, o Azerbaijão exigiu a retirada "incondicional e total" da Arménia de Nagorno-Karabakh e a dissolução do "chamado regime separatista" para alcançar a paz na região azeri.
Nagorno-Karabakh, uma região montanhosa do Azerbaijão de maioria arménia, declarou a independência de Baku na sequência da desintegração da União Soviética, em 1991.
A declaração da independência desencadeou um conflito armado de que saíram vencedores os separatistas apoiados pela Arménia.
Trinta anos mais tarde, no outono de 2020, as forças armadas do Azerbaijão reconquistaram dois terços do território, situado no sul do Cáucaso.
A Rússia, aliada tradicional da Arménia, mantém uma força de manutenção de paz em Nagorno-Karabakh no âmbito do acordo sobre o fim do conflito em 2020, negociado por Moscovo.
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