ONU pede a autoridades líbias para unificarem resposta a ciclone

O enviado da ONU à Líbia pediu hoje às duas autoridades do país, de ocidente e de leste, que forneçam uma resposta unificada às necessidades urgentes causadas pelas cheias do ciclone Daniel, que provocaram milhares de mortos.

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Lusa
24/09/2023 12:15 ‧ 24/09/2023 por Lusa

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"Manifestei o meu pesar por a coordenação entre as instituições do leste e do ocidente não ter estado ao nível da solidariedade sem precedentes demonstrada pelos líbios de todas as regiões para com os seus irmãos e irmãs de Derna e outras cidades no leste da Líbia", afirmou Abdoulaye Bathily, após a reunião de avaliação que realizou no sábado com representantes locais.

O diplomata senegalês apelou aos líderes políticos para que "estejam à altura do momento e trabalhem de mãos dadas para ultrapassar os efeitos da tragédia" que atingiu o nordeste do país, zona controlada por um executivo paralelo ao Governo de Unidade Nacional (GUN).

A presidente do parlamento, Aguila Saleh, - patrocinado pelo marechal Khalifa Haftar, homem forte do leste do país - apelou para que seja aberta uma investigação por negligência no desastre de Derna, a cidade mais afetada pelas inundações, onde duas barragens ruíram, destruindo bairros inteiros.

O apelo, lançado numa reunião que teve com o ministro do Interior do executivo paralelo, Issam Bouzriba, incluiu ainda a necessidade de serem tomadas medidas "sem exceção" para castigar os responsáveis.

A luta pelo poder no país afetou a previsão e a resposta às inundações causadas pelo ciclone Daniel, que devastou várias cidades do nordeste da Líbia em 10 de setembro, e que causou, até agora, 3.845 mortes, segundo dados do Comité Líbio de Crise e Resposta Rápida.

Haftar, que controla política e militarmente o leste do país e cujo filho, Saddam, foi nomeado chefe do comité de resposta para coordenar a intervenção humanitária, lamentou a morte de 94 membros do seu exército (ENL) e dos serviços de segurança como resultado da tempestade.

Quase duas semanas depois do desastre, as buscas para encontrar corpos sob os escombros e no mar continuam, estando pelo menos nove equipas estrangeiras a participar.

Mais de 43 mil pessoas foram deslocadas devido às inundações, de acordo com os dados mais recentes da Organização Internacional para as Migrações (OIM).

O Ministério Público líbio abriu há uma semana uma investigação sobre a rutura das duas barragens, construídas na década de 1970, e sobre a atribuição de verbas para a sua manutenção.

Leia Também: Nagorno-Karabakh. Arménia exige missão da ONU na região

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