"O Governo norte-americano suspende uma parte da ajuda externa ao Gabão enquanto avalia a intervenção inconstitucional de membros do exército do país", declarou o secretário de Estado, Antony Blinken, em comunicado.
O montante da ajuda suspensa e os programas diretamente visados não foram especificados, mas a decisão não afeta as operações consulares ou da embaixada dos EUA no país africano, rico em petróleo e governado há mais de 55 anos pela família Bongo.
Com esta decisão, os Estados Unidos estão a cumprir as medidas tomadas pelas organizações regionais e outros países, e isso "continuará enquanto são examinados os factos no terreno no Gabão", indicou Blinken.
"Estamos a prosseguir as nossas operações governamentais no Gabão, incluindo as operações diplomáticas e consulares de apoio aos cidadãos norte-americanos", acrescentou o secretário de Estado.
A União Africana suspendeu o Gabão como membro do bloco e muitas organizações e governos de todo o mundo condenaram o golpe de Estado.
Os EUA não se referiram formalmente a um "golpe de Estado" no Gabão, o que, nos termos da legislação norte-americana, iria obrigar Washington a suspender a ajuda por tempo indeterminado.
Em 30 de agosto, o exército gabonês derrubou o Presidente Ali Bongo Ondimba, que estava no poder há 14 anos.
Na semana passada, o novo primeiro-ministro, Raymond Ndong Sima, nomeado há duas semanas pelo general Brice Oligui Nguema, declarou na ONU que era "o mal menor" para evitar a violência generalizada devido a "mais um bloqueio eleitoral".
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