Nagorno-Karabakh: Erevan acusa Baku de prender civis em fuga
A Arménia acusou hoje o Azerbaijão de efetuar "detenções ilegais" entre grupos de civis que atravessam a fronteira a partir do território da autoproclamada República do Nagorno-Karabakh, que acaba de anunciar a dissolução.
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"O Azerbaijão está a prender ilegalmente pessoas no posto de controlo, o que nos preocupa muito", afirmou o primeiro-ministro arménio Nykol Pachynian numa reunião do Executivo de Erevan após o anúncio da detenção do antigo líder separatista Rouben Vardanian.
Um tribunal do Azerbaijão mandou deter Rouben Vardanian, antigo líder separatista do Nagorno-Karabakh, depois de o ter acusado de financiar atos de terrorismo, entre outros crimes.
"O tribunal decidiu aplicar uma medida preventiva sob a forma de detenção" ao empresário, que dirigiu esta região secessionista de maioria arménia entre novembro de 2022 e o passado mês de fevereiro, indicou o serviço de segurança do Estado azerbaijanês através de um comunicado.
Quase metade da população da região de Nagorno-Karabakh, no Cáucaso, fugiu para a Arménia, desde a ofensiva militar no Azerbaijão.
São agora 53.629 os refugiados na Arménia, de acordo com os últimos dados divulgados pelo executivo de Erevan.
O primeiro-ministro arménio considerou também que a previsível saída de todos os cidadãos de origem arménia do enclave do Nagorno-Karabakh é um ato de "limpeza étnica" por parte do Azerbaijão.
"O êxodo dos arménios do Nagorno-Karabakh continua. A nossa análise mostra que nos próximos dias não vão restar arménios no Nagorno-Karabakh. Trata-se de um ato de limpeza étnica contra o qual alertámos a comunidade internacional", declarou Nikol Pachynian na reunião governamental em Erevan.
O primeiro-ministro da Arménia apelou à comunidade internacional para que atue e "castigue o Azerbaijão" pela "limpeza étnica", sem ter fornecido mais detalhes sobre a acusação.
"Se as condenações [da comunidade internacional] não forem seguidas de decisões políticas e jurídicas adequadas, então essas condenações vão transformar-se em atos de consentimento com o que está a acontecer", disse ainda Nykol Pachynian.
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