As quase seis mil assembleias de voto na Eslováquia, que tem um círculo eleitoral único, irão encerrar às 22h00 (21h00 em Lisboa), altura em que terá início a contagem dos votos, sendo esperados pouco depois resultados de sondagens à boca das urnas.
Embora 25 listas concorram nas legislativas, as sondagens preveem que apenas nove entrarão no parlamento da Eslováquia, quatro delas perto dos 5%, o limite mínimo para participar na distribuição dos assentos de deputados.
O país da Europa Central é atualmente governado por um executivo de tecnocratas, liderado pelo banqueiro Ludovit Odor, depois do colapso, num voto de desconfiança em dezembro, de uma frágil coligação anticorrupção no poder desde 2020.
Num país com forte polarização do espetro político, e numa demonstração da atual deriva política na Europa central e do leste, o Direção-social Democracia (Smer-SSD), partido de origem social-democrata do ex-primeiro-ministro Robert Fico, 59 anos e formado em Direito, lidera as sondagens com cerca de 20% dos votos.
As sondagens apontam para uma disputa renhida com o partido liberal Eslováquia Progressista, do vice-presidente do Parlamento Europeu, Michal Simecka.
Caso vença o escrutínio e garanta um regresso ao poder após cinco anos de intervalo, Fico já se comprometeu a "cessar imediatamente qualquer entrega de ajuda militar à Ucrânia".
A sua vitória poderá implicar uma viragem da política externa deste país de 5,4 milhões de habitantes, membro da União Europeia e da NATO, e que forneceu uma ajuda substancial a Kiev desde o início da invasão russa de fevereiro de 2022.
"A guerra na Ucrânia começou em 2014 quando os fascistas ucranianos mataram vítimas civis de nacionalidade russa", declarou Fico num recente vídeo, numa provável referência a acontecimentos na Casa dos sindicatos de Odessa, em 02 de maio desse ano.
Uma mensagem com eco, num país onde, segundo uma sondagem do instituto Globsec, apenas 40% da população considera a Rússia responsável pela guerra.
Durante a campanha eleitoral, a Eslováquia, país com cerca de 5,4 milhões de habitantes e membro da União Europeia (UE) e da NATO, foi alvo de intensas ações de desinformação, com estudos de opinião a mostrarem que metade da população está disposta a acreditar em notícias falsas.
Leia Também: Legislativas na Eslováquia sob signo da guerra na Ucrânia e da imigração