Primeira semana da campanha foi "calma e pacífica" em Moçambique

As organizações de observação eleitoral moçambicanas consideraram hoje que a primeira semana da campanha para as eleições autárquicas de 11 de outubro no país decorreu de forma pacífica e com acalmia, apesar de alguns focos de violência registados.

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Lusa
03/10/2023 14:24 ‧ 03/10/2023 por Lusa

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Moçambique

"No geral, a primeira semana da campanha eleitoral decorreu de forma ordeira e pacífica, com momentos tensos no primeiro dia", disse Felicidade Chirinda, da Sala da Paz, fórum que reúne associações moçambicanas e que está a observar o processo eleitoral, durante uma conferência de imprensa em Maputo.

Segundo a responsável, nos dias subsequentes ao início da campanha, que arrancou a 26 de setembro e vai até 08 de outubro, assistiu-se a uma "convivência pacífica entre as caravanas dos diferentes grupos concorrentes em quase todas as autarquias", com alguns focos de violência à mistura.

O Consórcio Mais Integridade, que também observa a campanha eleitoral, afirmou que, no geral, as "atividades da campanha podem ser consideradas calmas e sem violência", denunciando, contudo, alguma intolerância política, violações e irregularidades.

Entre os ilícitos registados pelos observadores está a destruição de material de propaganda e confrontos entre os concorrentes, violência física e detenção de alguns membros dos partidos políticos da oposição, além de restrições e bloqueio à observação eleitoral, por parte das comissões provinciais de eleições e dos partidos.

"Um aspeto bastante crítico que temos notado é a violência entre os membros dos partidos", vincou Edson Cortez, presidente do consórcio Mais Integridade, composto por sete organizações moçambicanas.

O consórcio denunciou, ainda, o uso de meios do Estado para a campanha pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, além de repudiar um vídeo, que circula nas redes sociais, no qual membros da agremiação pisoteiam camisetes de outros partidos.

"O partido Frelimo em vários municípios tem usado os meios do Estado para a campanha eleitoral, distorcendo, obviamente, a lógica de competição política", referiu Edson Cortez, acrescentando que a atitude do partido tem sido recorrente durante os pleitos eleitorais.

Os observadores pediram que os concorrentes evitem discursos que incitem à violência, considerando que as eleições devem ser um momento de reflexão e debate de ideias produtivas.

Mais de 11.500 candidatos de 11 partidos políticos, três coligações de partidos e oito grupos de cidadãos estão envolvidos na campanha eleitoral para as sextas autárquicas moçambicanas de 11 de outubro.

Cerca de 8,7 milhões de eleitores moçambicanos estão inscritos, abaixo da projeção inicial, de 9,8 milhões de votantes, segundo dados anteriores da Comissão Nacional de Eleições.

Os eleitores moçambicanos vão escolher 65 novos autarcas em 11 de outubro, incluindo em 12 novas autarquias, que se juntam a 53 já existentes.

Nas eleições autárquicas de 2018, a Frelimo venceu em 44 das 53 autarquias e a oposição em apenas nove - a Renamo em oito e o MDM em uma.

Leia Também: Grupos de cidadãos concorrem à Beira preocupados com deficiência e juventude

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