O foco mais visível e mais tenso da ocupação na Palestina sempre foi a Faixa de Gaza, com o pequeno enclave densamente povoado - onde moram cerca de 2 milhões de pessoas sob condições difíceis (reconhecidas pela ONU) numa faixa estreita de terreno - a ser o palco de raides israelitas, retaliações do Hamas e consequentes contra-ataques pelas forças defensivas de Israel.
Após o ataque sem precedentes desta madrugada do Hamas contra cidades israelitas, especialmente perto de Gaza, as autoridades palestinianas já deram conta de quase 200 mortos e cerca de 1.600 feridos. Do lado israelita, o governo de Telavive fala em quase 100 mortos e cerca de 1.000 feridos.
Do mundo ocidental, têm saído vários votos de condenação contra as ações do Hamas, com países como os Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido e também Portugal a considerarem que a operação surpresa é um ato "terrorista".
O contra-ataque israelita tem-se feito sentir, mais uma vez, em Gaza, onde imagens de edifícios residenciais destruídos por ataques aéreos israelitas são, novamente, o rosto mais visível do conflito.
Durante a tarde, o ministério israelita da Energia anunciou que o governo travou o fornecimento de eletricidade para a Faixa de Gaza.
Aos Estados Unidos, o primeiro-ministro nacionalista israelita Benjamin Netanyahu já prometeu uma dura e longa retaliação contra o Hamas e as autoridades palestinianas. Netanyahu também declarou um estado de "guerra" contra o grupo fundamentalista, que governa a Faixa de Gaza apesar do enclave estar completamente fechado pelas forças de Israel desde 2007.
O ano de 2023, no qual se marcam os 75 anos da independência de Israel - que, na Palestina, é vista como o início da Nakba, ou catástrofe, e o início da ocupação - tem ficado marcado por uma intensificação de ataques em vários pontos da região, não só em Gaza mas também pela Cisjordânia. Recentemente, cidades como Nablus e Jenin, focos da resistência armada palestiniana, também tem sido alvos de cercos mais apertados pelo exército de Israel.
Leia Também: Israel. Exército fala em combates em 22 localizações no sul do país